Basquete

NBB: Em jogo contra o racismo, Franca bate o Cerrado por três pontos

Dura batalha contra os atuais bicampeões nacionais teve atuação digna com elenco mais curto e protestos a favor de Matheus Buiú, vítima de racismo no meio da semana

Atuação contra o Franca, atual bicampeão nacional e campeão mundial, teve presença de placar como marca de dignidade competitiva -  (crédito: Pedro Henrique dos Santos/Cerrado Basquete)
Atuação contra o Franca, atual bicampeão nacional e campeão mundial, teve presença de placar como marca de dignidade competitiva - (crédito: Pedro Henrique dos Santos/Cerrado Basquete)
postado em 09/12/2023 19:38 / atualizado em 09/12/2023 21:02

A saga alviverde pelo Sudeste encontrou, talvez, seu adversário mais ferrenho na tarde deste sábado (9/12), pelo Novo Basquete Brasil (NBB). O Cerrado foi ao Ginásio Pedrocão no segundo de três duelos  seguidos fora de casa e caiu por 80 x 77 para o Franca, atual campeão mundial, no 13º jogo das equipes no campeonato.

Apesar da circunstância esportiva, o contexto social se fez notar antes da bola subir. Jogadores dos dois times se uniram em protesto contra o racismo, nesta ocasião relembrando as injúrias sofridas pelo armador Matheus Buiú no jogo contra o Minas, na última quarta-feira (6/12), em Belo Horizonte. O ala-pivô francano Edu Marília furou o protocolo oficial do hino republicano para vestir uma camisa com a frase "não ao racismo". Também neste sábado (9/12), o Vasco levou uma faixa com os mesmos dizeres ao Ginásio Antônio Prado, em São Paulo, em jogo contra o Paulistano.

A dura batalha teve mais uma digna atuação da formação do Distrito Federal, presente no marcador apesar da constância e categoria do outro lado da quadra. Apesar do revés, os candangos conservam o 15º lugar, ainda na zona dos playoffs. Já os paulistas alcançaram as dez vitórias de Minas e Flamengo, líderes da competição, estando a meio jogo de ambos, ainda na terceira posição.

1º Quarto: Competência de nível

Um começo de presença no marcador se provou, novamente, ser uma das características da equipe brasiliense, que mesmo por curta distância, liderou a maior parte da parcial. Com consistência e coragem, os visitantes forçaram um tempo técnico precoce pelo técnico Helinho, uma vez aberta uma vantagem de seis pontos. O 20 x 14 foi feito pelo jovem armador Eduardo Motta, mostrando as chances maiores a jogadores de todo o elenco com as saídas dos americanos Gillard e Green. Entretanto, os locais provaram força e empataram em 22 unidades ao fim do tempo inicial.

2º Quarto: Se trata de um campeão do mundo...

A boa postura cerradista no placar era aliada à má pontaria de momento dos francanos. Um aquecimento em partida e uma suposta reação mandante estava prestes a vingar por larga escala, até que Régis Marrelli parasse a partida com pouco mais de dois minutos, em parcial 6 x 5, com um 6 x 0 em menos de dois minutos. Entretanto, é missão ingrata parar os campeões do mundo, mais assertivos nos arremessos e presentes nos rebotes. Uma parcial 22 x 17 levou a um placar de 44 x 39 no intervalo, a favor dos paulistas.

3º Quarto: De camisa aberta

A constância dos mandantes foi freada pela ordem natural de parada da partida, na divisão dos tempos. A metade final começou com a diferença dos mesmos cinco pontos mantida por mais de três minutos, até que o alviverde forçasse o ritmo. No meio-período, uma reação incrível dos brasilienses trouxe uma reviravolta inesperada ao contexto da partida: em três minutos e 40 segundos, um 12 x 7 para o time do DF deu uma vantagem de seis pontos. A mesma ruiu com breves ajustes, onde nos dois minutos e meio finais houve um 7 x 2 francano. A parcial, porém, foi brasiliense, por 20 x 16. Exemplar para um rival desta magnitude.

4º Quarto: Luta parelha até onde se aguentou

Por dois minutos, os aros se mantiveram intactos: quem inaugurou a parcial foram os visitantes, passando à frente por um ponto. A troca na pontuação seguiu aberta no decorrer da reta final. Foi mais um dia especial para Gui Santos: o ala foi mais uma vez cestinha da equipe, com 19 unidades. Um empate na parcial bastava para um triunfo francano, custoso pela luta cerradista em quadra. A dianteira foi retomada em um triplo de Lucas Dias, cestinha do confronto, com 20 pontos.

Em dois minutos e 20 segundos, um 8 x 0 seguido condicionou a vitória paulista, com os devidos méritos aos candangos pela atuação, sobretudo com apenas cinco jogadores na rotação. Apesar disso, um triplo de Matheus Buiú ainda deixou o marcador em três pontos nos instantes finais. O Cerrado deu emoção à partida e não vendeu barato o resultado. A equipe volta a quadra nesta segunda-feira (11/12), quando encara o Bauru, na Panela de Pressão, Às 19h30.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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