Uma final sempre tem emoções distintas: a alegria da vitória e a dor da derrota. Na decisão do Candangão 2024 não foi diferente e se viu de tudo entre os mais de 15 mil torcedores na arquibancada do Mané Garrincha, neste sábado (6/4), que presenciaram a vitória do Ceilândia sobre o Capital, nos pênaltis. Para a torcida do Gato Preto, especialmente, não faltaram motivos para sorrir pelo tricampeonato, enquanto a do tricolor lamentou o vice.
A conquista nas penalidades aumentou ainda mais a carga dramática da decisão. O público viu unhas roídas, mãos levantadas em oração, choros e euforia durante os pênaltis. Esta foi a quarta vez que o título do Candangão foi decidido na marca da cal, assim como em 2018, 2020 e 2023. Depois da cobrança de Raílson deixar o Ceilândia na frente nas alternadas e Thiago Santos defender o quarto dele no jogo para sacramentar a vitória, a emoção tomou conta de vez.
“A gente está muito feliz. Recentemente foi aniversário de Ceilândia, a cidade precisava comemorar com esse título. Cada morador está aqui, unido com o time, chutando a bola junto, defendendo, torcendo. Ninguém acreditou, mas agora o Ceilândia está no topo e tomara que ainda tenha muito por vir, investindo nos garotos da cidade, e ajudando a fazer o futebol do DF crescer”, contou Naldo Lopes, criador da página Ceilândia muita treta.
A conquista do tri para o Gato Preto encerrou uma sequência amarga de quatro vices nas últimas finais disputadas e elevou o clube ao posto de sétimo maior campeão estadual, empatado com o Sobradinho. Na atual edição do Candangão, foram sete vitórias e apenas uma derrota em 13 jogos, desempenho suficiente para fazer a equipe comandada pelo técnico Adelson Batista garantir a classificação para a Série D de 2025, além de vagas na Copa do Brasil e Copa Verde do mesmo ano, motivo de sobras para ter esperança.
“Faltam palavras para externar o que estamos sentindo, dá para ver pela torcida aqui no estádio. Tudo é fruto de um trabalho duradouro, colocando a maior cidade do DF no mapa do futebol, que a periferia é o centro. Agora torcemos para seguir o projeto, manter o Adelson e seguir forte para buscar o acesso, porque o DF merece ter um time nas melhores divisões. Podemos sonhar e vamos com tudo, a Ceilândia apoiando o clube”, vibrou o torcedor Israel Brito.
Do outro lado, a torcida do Capital não deixou de apoiar mesmo com o vice. O tricolor encerrou a temporada de 2024 com apenas uma derrota e também garantiu calendário cheio para o ano seguinte. O sentimento ficou alternado entre a bronca pela derrota e a expectativa pelo futuro.
“Ficamos tristes, ainda mais pela forma. O jogador precisa aprender a bater pênalti, porque assim não dá. Mas ano que vem é Série D, Copa do Brasil, vamos lutar para ir bem em tudo e tentar ser campeão. Hoje é tristeza, mas futuramente vai ser só alegria. Vamos sempre torcer para que o time cresça e leve a cidade do Paranoá junto”, compartilhou o torcedor Adriano Sousa.
As arquibancadas não se restringiram apenas aos torcedores das duas equipes, mas também contou com quem veio para prestigiar o futebol candango. “Fiquei muito surpreso pela quantidade de pessoas que compareceram ao estádio. Venho muito ao Mané Garrincha, vim aos jogos do Vasco e do São Paulo esse ano, vi a repercussão da partida do Inter, e a torcida de Capital e Ceilândia não deixaram nada a desejar. Foi para os pênaltis, então ser decidido assim, na loteria, me deixou feliz, proporciona uma emoção a mais. Espero que o futebol candango siga crescendo sempre”, opinou o internacionalista Alexandre Cotrim.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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