MEC

Ministro da Educação diz que não representa evangélicos

Em coletiva para apresentar dados do Ideb, Milton Ribeiro afirmou que não está na pasta para fazer "pregação". Ele exaltou a importância dos professores e disse que MEC discutirá salário de docentes

Sarah Teófilo
postado em 15/09/2020 13:11 / atualizado em 15/09/2020 13:18
 (crédito: Ana Rayssa)
(crédito: Ana Rayssa)

Em discurso pouco antes de o Ministério da Educação (MEC) divulgar dados do Ideb 2019, o ministro Milton Ribeiro, que é pastor de igreja protestante, disse que não representa os evangélicos e que não está na pasta para fazer “pregação”. O ministro exaltou a escolha do presidente Jair Bolsonaro ao colocá-lo no MEC e disse que, ao fazer isso, o presidente não loteou o cargo de ministro.

“Quando ele me escolhe, ele faz uma opção que tem muita coerência com aquilo que ele vem falando na teoria, de que ele não iria lotear os ministérios. Eu não sou de nenhum partido, não represento nenhum grupo, tampouco o grupo dos evangélicos. Eles foram rápidos em dizer que eu não representava a bancada evangélica (no Congresso Nacional). Tenho conversas com eles, mas não represento”, disse.

O ministro, que está há dois meses no cargo, ressaltou que Bolsonaro poderia ter tido apoio se “loteasse o cargo de ministro” em troca de votos. “Parece absurdo, mas isso era feito no passado. Mas ele não fez isso. Pelo contrário, pagou o preço de colocar alguém que nem conhecido era — um pastor, embora eu não esteja aqui fazendo pregação. A minha visão é outra. Mas ele se expôs politicamente ao me colocar ali, e isso mostra a firmeza dos seus propósitos e seus valores”, afirmou.

Os dois se conheceram, segundo ele, na Comissão de Ética Pública (CEP), órgão consultivo do governo federal.

Professores

Milton Ribeiro ainda afirmou que no próximo mês pretende discutir o salário de professores, em um novo eixo de atenção do MEC. “Um bom professor, debaixo de uma árvore, ele já impacta a vida de um aluno. É disso que a gente precisa: capacitar nossos professores e valorizá-los. Não posso entender um professor tendo que dar aula de manhã, de tarde e de noite para poder ter um sustento mínimo e digno à sua família. Vamos olhar com um pouco mais de carinho”, disse.

O ministro aproveitou para dizer que o MEC está aberto a ouvir opiniões e sugestões. “Nós, do governo Bolsonaro, não somos donos da verdade. Claro que nós temos uma linha, um propósito, com relação à educação, a valores, a princípios, e isso deve prevalecer. Eu estou comprometido com esses valores. Mas eu acredito que cada um dos educadores, dos secretários, tem uma contribuição e pode nos ajudar, e nós vamos ouvi-los”, destacou.

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