Empreendedorismo social

Semana universitária: alunos da UnB promovem 1º Desafio Universitário

Grupo Dextra organiza evento no formato de hackathon para que estudantes da instituição possam desenvolver soluções para a ODS 4 da ONU: a educação

Isabela Oliveira*
postado em 18/09/2020 19:45
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

A Universidade de Brasília (UnB) promove anualmente a Semana Universitária (SemUni), que oferece atividades de extensão organizadas pelos docentes, técnicos, discentes e a comunidade externa. O tema da 20ª edição deste ano, que ocorre na próxima semana entre 21 a 25 de setembro, é “Vinte anos de conexões”. Para fomentar a construção de soluções empreendedoras e promover a conexão entre pessoas de diferentes cursos e realidades, o laboratório de ideias Dextra lança o primeiro Desafio Universitário, durante a SemUni.


Os participantes terão o desafio de criar uma solução voltada para um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU): educação de qualidade. As atividades serão por meio da plataforma Microsoft Teams e seguirão em um modelo de hackathon e competição, em que grupos de até quatro pessoas trabalharão durante cinco dias em conjunto para propor uma solução. Eles também receberão treinamentos da equipe do Dextra durante a jornada para auxiliar na construção do desafio.


As inscrições individuais ou por equipe podem ser feitas até segunda-feira (21) por meio de um formulário. Qualquer pessoa que esteja matriculada em uma instituição de ensino, seja graduação, técnico ou pós, ou que tenha se formado em até dois anos pode participar.


Zona de conforto


O laboratório de ideias, conta com 12 integrantes. O isolamento social deixou o grupo receoso em como iria se posicionar de maneira remota, mas, no fim de agosto, surgiu a ideia de executar um desafio universitário. O evento começou a ser planejado no início de setembro e,durante esta semana, as inscrições foram abertas. Tudo foi planejado com agilidade para que pudesse ocorrer na SemUni, ocasião em que os professores liberam os alunos para participação nas atividades extracurriculares.


O Dextra, que já estava fora da zona de conforto devido às atividades on-line que tiveram que executar, resolveram propor um evento que também fizesse com que outras pessoas se desafiassem. A escolha da temática foi baseada no momento atual de educação a distância e por ser uma característica comum entre estudantes universitários. O Dextra também tem como objetivo fornecer à sociedade uma devolutiva em relação a tudo que é aprendido em sala de aula. “A educação é um bem da sociedade. Se a educação de alguns melhora, a educação da sociedade como um todo pode melhorar”, complementa Isabela Campello, 23, analista de operações.

Isabela Campello faz parte do Dextra há um ano e meio
Isabela Campello faz parte do Dextra há um ano e meio (foto: Arquivo Pessoal)


Além da variedade de cursos, o desafio também espera receber uma diversidade de pensamentos, ideias e soluções. Para Isabela Campello, a oportunidade de pensar em soluções em grupo é um dos principais benefícios do desafio. “Para os participantes é uma oportunidade grande de ganhar experiência, trabalhar com pessoas de outros cursos e em uma solução que, muitas vezes, não tem muito a ver com a sua área de formação”, explica a estudante de biotecnologia. “É interessante a gente pensar em participar de um desafio que tira a gente um pouco da nossa zona de conhecimento.”


Empreendedorismo como transformador social

Bruna Jardim faz parte da equipe institucional do projeto
Bruna Jardim faz parte da equipe institucional do projeto (foto: Arquivo Pessoal)

Além disso, eles queriam desde o início trabalhar com empreendedorismo social, abordando vertentes em que o mundo precisa melhorar e fazer com que as pessoas pensem em resolver problemas. O Dextra também espera que essas ideias saiam do papel e se tornem realidade. “Não é só criar o desafio e lançar. A gente também oferece os meios e os caminhos para que isso se torne um case de sucesso e que vidas sejam transformadas e impactadas com os resultados”, pontua Bruna Jardim, 24, analista institucional do grupo.


Para que as soluções sejam postas em prática, o Desafio Universitário contará com juri de especialistas de educação e empreendedorismo social. As equipes premiados ganharão mentorias com profissionais para começarem a execução dos projetos.

Larissa Miranda é graduada em biotecnologia e é a coordenadora-geral do desafio
Larissa Miranda é graduada em biotecnologia e é a coordenadora-geral do desafio (foto: Arquivo Pessoal)


A coordenadora do desafio, Larissa Miranda, anseia obter um ganho de competências pessoais de liderança e organização com o projeto, mas que os participantes reconheçam a importância de discutir os desafios para uma educação de qualidade. “Eu espero muito que eles consigam entender o quão agregador é esse tipo de desafio e como é entender a ideia um do outro, pensando em algo maior”, conta a graduada em biotecnologia e pós-graduanda da UnB.


Associação além dos cursos de engenharia

O Dextra surgiu em 2016 e não faz parte do Decanato de Extensão da UnB. Eles se consideram uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver pesquisas novas, abrir negócios e mudar a vida das pessoas. Inicialmente, eram apenas alunos da engenharia, mas pouco a pouco o laboratório de ideias passou a fazer processo seletivo aberto a todos os cursos da universidade. Atualmente, contam com estudantes de economia, contabilidade, biotecnologia, engenharia e comunicação organizacional.


O projeto quer proporcionar experiências mais amplas no ecossistema do empreendedorismo para os estudantes e devido à diversidade, ninguém fica estagnado nas diretrizes do curso. É possível ir além. “Quando você fala de empreendedorismo e inovação é muito difícil ter uma experiência nessa área, e o Dextra é o meio para você ter uma experiência que faça você pensar mais, ir um pouco além, inovar e empreender”, finaliza Isabela Campello.

 

*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá

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