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EDUCAÇÃO

Para Sinpro, decisão da Justiça de suspender volta às aulas traz tranquilidade

Justiça expediu liminar após GDF recorrer de decisão da semana passada que havia determinado a retomada das atividades presenciais nas escolas públicas da capital em até 20 dias. Sinpro diz que decisão traz tranquilidade

Nova decisão da Justiça do Distrito Federal derruba determinação anterior que estipulava a retomada das aulas presenciais na rede pública de ensino do Distrito Federal. A liminar, expedida ontem pelo desembargador João Egmont, da 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), acolhe pedido do Governo do Distrito Federal (GDF), que havia recorrido da retomada das atividades em sala.

O desembargador, ao analisar recurso, ressaltou que o momento exige prudência e bom senso. O magistrado explicou que o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que solicita a retomada das atividades presenciais, carece de ouvir o Executivo local, uma vez que é este o responsável pelas políticas públicas necessárias para o retorno à sala de aula.

Para o juiz, é fundamental repercutir os fatos entre a comunidade escolar afetada pela decisão, pois eles se “veem surpreendidos com a determinação de volta às aulas, depois de mais de sete meses de interrupção, esquecendo-se, todavia, que, por trás de tudo isto e para que isto possa de fato ocorrer, há uma enorme preparação e planejamento administrativos, a envolver centenas de pessoas”, argumenta.

Em 23 de outubro, o juiz Renato Scussel, da Vara da Infância e da Juventude deu prazo de cinco dias para que o Governo do Distrito Federal (GDF) apresentasse um plano de retorno gradual das atividades presenciais nas creches, ensino infantil, fundamental, médio, de forma escalonada. De acordo com a decisão, o retorno às salas de aula deveria ser concluído em até 20 dias. As aulas presenciais na rede pública de ensino estão suspensas desde 11 de março.

Repercussão

O Correio teve acesso a mensagem enviada aos servidores da Secretaria de Educação pelo chefe da pasta, Leandro Cruz. No comunicado, o secretário afirma que são responsáveis “pela segurança sanitária dos nossos estudantes, seus pais/responsáveis e avós, dos nossos professores, profissionais da educação e de suas famílias, assim como do Distrito Federal”. Ele ressalta, também, que a pasta prepara a retomada presencial das aulas para março de 2021 e que continuará oferecendo ensino por meio de tecnologias e materiais impressos.

Para Samuel Fernandes, diretor do Sindicato de Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF) a decisão dá tranquilidade à classe. “O Sindicato dos Professores estará sempre atento para qualquer tentativa de retorno das aulas presenciais sem as condições sanitárias adequadas pois a preservação da vida deve estar sempre em primeiro lugar”, afirma o representante.