Prêmio Educador Transformador tem cinco professores do DF na final

Os docentes são de três escolas públicas e duas privadas. Os vencedores do prêmio, uma parceria entre o Sebrae, a Bett Brasil e o Instituto Significare, serão anunciados nesta quarta-feira (10/5)

Giovanna Estrela*

postado em 10/05/2023 06:00

Na EC Córrego do Ouro, crianças aprendem ciência com aulas práticas - (crédito: Arquivo pessoal)

Três instituições de educação públicas e duas da rede privada do Distrito Federal são finalistas do Prêmio Educador Transformador, parceria entre o Sebrae, a Bett Brasil e o Instituto Significare, que será entregue nesta quarta-feira (10/5). Dos 2.897 projetos inscritos, foram selecionados 70. Da rede pública do DF, concorrem a Escola Classe (EC) Córrego do Ouro (Sobradinho), o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 11 (Gama) e o Centro de Ensino Médio (CEM) 1 (Planaltina). As privadas são o Centro de Ensino Sesi/Senai (Sobradinho) e o Iesb (Ceilândia).

"Instigados pela curiosidade e movidos pela imaginação." É assim que a professora e vice-diretora da EC Córrego do Ouro, na zona rural de Sobradinho, Adva Girlene da Silva, define os estudantes. Educadora há 23 anos e formada em biologia, Adva está na final com o projeto Ciência é o Ouro. A proposta é a realização de atividades experimentais das ciências físicas e biológicas em sintonia com a grade curricular dos anos iniciais.

As aulas são, em geral, práticas, com experimentos, artesanatos, origamis e exercícios que incitam a criatividade, para estimular a autonomia dos alunos, fazendo com que sejam protagonistas no próprio aprendizado. A professora relata que as crianças amam o projeto e não faltam no dia reservado às atividades. "Elas têm uma inteligência e uma capacidade de assimilar os temas que são impressionantes, além da curiosidade e da vivacidade com que recebem novas informações. É empolgante trabalhar com elas", comemora.

Energia Solar

Natália da Silva, professora de língua portuguesa do 6º e 7º anos, criou o projeto Energia Solar Fotovoltaica,  no CEF 11 do Gama. A unidade, segundo ela, é a única do ensino fundamental que tem energia elétrica autossustentável a partir de placas fotovoltaicas. "A ideia foi apresentada, os alunos abraçaram e criaram maquetes, fizeram pesquisas sobre o tema e apresentaram na feira de ciências. Eu quero que o CEF 11 seja a primeira escola sustentável do Brasil em tudo, em energia, em água, em biogás. A ideia é uma escola 100% sustentável", afirma a educadora.

A diretora do CEF 11, Leila Rodrigues, conta que foram investidos R$ 199 mil na compra e na instalação das placas solares fotovoltaicas. Desde então, a escola conseguiu economizar cerca de R$ 5 mil por mês com energia. Para ela, a importância do prêmio vai além da divulgação e do reconhecimento dos governantes. "A escola é o coração de uma sociedade, é ali onde tudo pulsa, onde tudo começa. A importância do prêmio está no amor que brotou no professor ao elaborar um projeto dessa magnitude, naquele que fala 'eu tenho fé no que faço', eu acho que é isso", analisa.

Em parceria com a Embaixada de Israel e emenda parlamentar, a escola pretende adquirir biodigestores para suprir a necessidade de gás de cozinha e obter adubo líquido para a horta comunitária.

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  Karla Soares, do Sesi/Senai, quer evitar desperdício de recursos hídricos Bruno Frauzino
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  A sustentabilidade é o foco do trabalho desenvolvido no CEF 11 Arquivo pessoal

Irrigação

No Centro de Ensino Sesi/Senai de Sobradinho, a professora de linguagens do ensino médio Karla Soares foi orientadora do projeto Artéria. A proposta consiste em uma tubulação de baixo custo, feita a partir de pó de borracha de pneu triturado, prensado com selante de poliuretano e revestido por resina. Trata-se de uma alternativa sustentável, financeiramente e ecologicamente, para irrigar terrenos de agricultura familiar, substituindo o sistema de água a céu aberto que, muitas vezes, causa desperdício e perda de recursos hídricos.

Desenvolvido em 2022, o projeto ganhou menção honrosa no prêmio Inspira Tech, do Sebrae, e foi finalista na 21ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Também recebeu fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que possibilitou melhorias na estrutura, viabilizando que os estudantes o apresentassem na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no ano passado.

O prêmio despertou um movimento positivo na escola. Os alunos estão empolgados e passaram a sugerir novas propostas. A professora conta que estar na final do prêmio foi uma virada de chave na vida dela. "Fiquei tão emocionada que, quando recebi a notícia, não consegui nem dirigir. Acho que é impagável ser reconhecido por algo em que você está dando o seu melhor", celebra.

Prêmio

A iniciativa tem por objetivo promover práticas educacionais transformadoras e reconhecer os esforços de professores. O prêmio é dividido nas categorias Educação Infantil, Ensino Fundamental — Anos Iniciais, Ensino Fundamental — Anos Finais, Ensino Médio, Educação Profissional, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Superior.

A seleção acontece em três etapas: o filtro de pré selecionados, onde é avaliado se o projeto está dentro das regras da premiação e se a redação da inscrição está clara e adequadamente escrita; o filtro de finalistas, onde são selecionados 70 projetos das cinco regiões do país; e o filtro de vencedores, que aponta os campeões de cada categoria.

A premiação será nesta quarta-feira (10/5), na Bett Brasil 2023, em São Paulo — maior evento de educação da América Latina. Além de certificado e troféu personalizado, os sete agraciados recebem uma bolsa integral no curso de Master in Business Administration (MBA) em Educação Empreendedora e mais cinco bolsas integrais para as instituições de cada um dos ganhadores.

Finalistas DF

Anos Iniciais

Projeto de iniciação científica Ciência é o Ouro

Adva Girlene da Silva, EC Córrego do Ouro, Sobradinho

Anos Finais

Energia Solar Fotovoltaica

Natália da Silva, CEF 11, Gama

Ensino Médio

Artéria

Karla Cristina Moreira Soares, Centro de Ensino Sesi/Senai, Sobradinho

O Mundo das Fake e News

Moises Gonçalves da Silva,

CEM 1, Planaltina

Ensino Superior

Podcast Educacional:

Educast IESB

Antonio Carlos Mariz Junior, IESB

*Estagiária sob a supervisão de Malcia Afonso