O 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI), idealizado por Takumã Kuikuro (diretor-geral), tem como o objetivo a produção audiovisual de cineastas, coletivos e realizadores de origem indígena, promovendo, fortalecendo e difundindo as variadas culturas e cinemas dos mais de 305 povos indígenas do país. O festival recebe recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF).
Nesta sexta-feira (2) até 11 de dezembro, o festival chega ao Cine Brasília, com filmes das cinco regiões do país, realizados por mais de 30 cineastas e coletivos indígenas. A programação deve contar com mostra competitiva composta por 10 filmes, mostra paralela com 20 filmes além de mostra de convidados com 10 filmes.
Os filmes foram selecionados por uma curadoria de mulheres indígenas com uma vasta experiência no audiovisual, são elas: Julie Dorrico, Kujaesage Kaiabi, Olinda Tupinambá, Priscila Tapajowara e Renata Aratykyra.
Já os 10 filmes selecionados para a mostra competitiva são: Ãjãí: o jogo de cabeça dos Myky e Manoki; Amary Otomo Ogopitsa: O resgate da memória amary; A tradicional família brasileira Katu; Ga v: a voz do barro; Levante pela terra; Nossos espíritos seguem chegando - Nhe’ kuery jogueru Teri”; Paola; Somos raízes; Um só ser - O Grande encontro e Xixiá - mestre dos cânticos Fulni-ô.
Com o objetivo de incentivar a produção cinematográfica indígena e contribuir para a visibilidade e o reconhecimento de profissionais do audiovisual, os selecionados para a mostra competitiva concorrerão à premiação oficial do FeCCI 2022 nas categorias: Melhor Filme - júri especializado e Melhor Filme - júri popular. As mostras ainda concorrerão ao Prêmio Instituto Alok nas categorias: melhor roteiro, melhor direção e melhor fotografia. O júri especializado é composto pelos cineastas Graciela Guarani, Edgar Kanayakõ Xakriabá e Divino Tserewahú.
Além de toda a programação de filmes, o festival contará com masterclasses, uma experiência imersiva em realidade virtual do filme Amazônia Viva de Estevão Ciavatta, com a cacica Raquel Tupinambá. E rodas de conversas com diretores, cineastas e parceiros que estão aliados com a produção indígena, como Fernando Meirelles, Luiz Bolognesi, Aurélio Michiles e Vicent Carelli, além da ativista Txai Suruí, produtora-executiva do longa O Território, também presente no festival. Haverá ainda a exposição de uma obra de Aislan Pankararu, artista criador da identidade visual do FeCCI.
Preparação antes do Festival
As atividades do festival deram o pontapé inicial no segundo semestre deste ano. Em agosto, foi realizado o FeCCI Lab, um laboratório de projetos audiovisuais, no qual foram selecionados três curta-metragens: Afluências, dirigido por Iasmin Soares, Terra Sem Pecado - Transversal, dirigido por Marcelo Cuhexê Krahô e Orê Payayá, dirigido por Edilene Payayá, Sarah Goes da Silva e Alejandro Zywica.
Em outubro, os realizadores participaram de quatro dias de mentoria na capital federal, com representantes da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (ASCURI), para finalizar seus curtas, os quais devem ser exibidos no Cine Brasília.
Além disso, em 17 e 18 de setembro, o FeCCI realizou a Mostra Xingu — a primeira mostra de filmes do Alto Xingu, na aldeia ipatse dos kuikuro, com público de 400 pessoas, dos povos kuikuro, kalapalo e wauja. Também foi construída uma casa de cinema permanente com a celebração de diversas festas e rituais tradicionais xinguanos.
Parceiros do Festival
O FeCCI é realizado pela produtora brasiliense A Terrestre. O evento também conta com o apoio de Mídia Índia, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Instituto Alok, O2 Filmes, Bidou Pictures Brasil, Associação Cultural de Realizadores Indígenas (ASCURI), Instituto Família do Alto Xingu (Ifax), Gullane Entretenimento, Pindorama Filmes, Paradiso Multiplica, Prefeitura de Querência (MT) e Secretaria de Cultura do Mato Grosso.
Cronograma
- 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI)
- Data: De 2 a 11 de dezembro
- Local: Cine Brasília - localizado na EQS 106/107 (Asa Sul)