Eu, Estudante

Novas diretrizes da educação

'Nunca foi tão importante viver a cooperação', diz educadora sobre ensino na pandemia

Os desafios da educação durante a pandemia de covi-19 foi tema de live do Correio com a pedagoga Lady Christina Sabadell, diretora-geral das escolas premium do Grupo SEB

A pandemia de covid-19 levou à transformação de diversos modelos sociais vigentes. Na educação, a mudança foi intensa: subitamente, as salas de aulas ficaram vazias e a aprendizagem precisou ser retomada remotamente, com o auxílio da tecnologia e a adoção de modelos de ensino que vinham sendo discutidos e estudados, mas colocados em prática de forma tímida até então.

Para debater os desafios impostos aos educadores pela pandemia, o Correio conversou com a diretora-geral das escolas premium do Grupo SEB, Lady Christina Sabadell, nesta terça-feira (25/8). Pedagoga, mestra em educação e com MBA em gestão de negócios pela Universidade de São Paulo (USP), Lady Christina acredita que as escolas precisam, sempre, buscar oferecer uma formação abrangente às crianças e jovens, seja quais forem os recursos utilizados.

Além do conteúdo teórico cobrado nas seleções para cursos de ensino superior, é necessário que as crianças e adolescentes saiam do ensino básico preparados para lidar com os desafios da vida adulta. Habilidades socioemocionais, capacidade de argumentação e resolução de problemas são elementos cruciais nessa formação, afirma.

“Fomos assolados com a pandemia e nunca foi tão importante viver a cooperação para buscar soluções, viver a criatividade para saber como sobreviver nesse cenário, (manter) a habilidade de resolver problemas e manter o foco, porque os estímulos são muitos. Essas habilidades emocionais são a organização de como viver e agir em sociedade, tanto na vida pessoal quanto, futuramente, na vida profissional desse jovem”, explica a pedagoga.

Transformações

Em apresentação durante a live transmitida nas redes sociais do Correio, a especialista mostrou a transformação que a educação viveu ao longo do tempo. Inicialmente, ela ela fornecida de forma individualizada e baseada em mandamentos religiosos. Em um segundo momento, ela passou a espelhar o modelo de industrialização do mercado de trabalho. Dessa forma, os estudantes seguiam o modelo de aprendizagem por meio da repetição, de forma fragmentada e com pouca contextualização do todo.

Na virada do século, houve uma divisão na educação dos jovens. A família ficava responsável pela formação e as escolas se encarregavam da transmissão de conhecimento. Atualmente, no entanto, o mercado de trabalho exige que os profissionais sejam criativos, proativos, tenham capacidade de resolução de problemas e habilidades sociais. Nesse contexto, as escolas saem do papel de transmissores de conhecimento para estimular o desenvolvimento da criatividade, das habilidades socioemocionais e da capacidade de resolução de problemas.

"A interação e o problema sendo posto para a criança pensar o conhecimento é o caminho que a gente tem trilhado para informar esse jovem que vai para o mercado de trabalho. A informação hoje está acessível a todos. Essa dinâmica de refletir, discutir, argumentar sobre o conhecimento é mais eficiente em termos de aprendizagem do que quando você é um ouvinte passivo, observando e não interagindo com esse conhecimento. A perspectiva para o século 21 é formar um indivíduo que saiba aprender, buscar informação e selecionar informação”, argumenta.

Assista à live com Lady Christina Sabadell: