Saeb

Inep divulga indicadores de qualidade do 2° e 9° do ensino fundamental

Os dados apresentados nesta quarta-feira (4/11) apontam desigualdades entre escolas urbanas e rurais e baixo índice de proficiência em parte significativa dos estudantes

EuEstudante
postado em 04/11/2020 19:56 / atualizado em 04/11/2020 20:36
Dados do Saeb indicam desigualdades e baixo índice de proficiência em parte significativa dos estudantes -  (crédito: CDC / Unsplash)
Dados do Saeb indicam desigualdades e baixo índice de proficiência em parte significativa dos estudantes - (crédito: CDC / Unsplash)

Os dados Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) divulgados na manhã desta quarta-feira (4/11) revelaram uma desigualdade na qualidade da alfabetização entre escolas urbanas e rurais, além de um alto número de estudantes com baixo desempenho em ciências humanas e naturais. Os indicadores são referentes aos testes amostrais do Saeb de 2019, que avaliaram alunos do 2° e 9° ano do ensino fundamental.


A cada edição, o Saeb avalia alunos do 5º e 9° anos do ensino fundamental e da 3° e 4° séries do ensino médio com provas de língua portuguesa e matemática. Excepcionalmente em 2019, foi também avaliada a qualidade da alfabetização de alunos 2° ano do ensino fundamental. Os alunos de 9° do ensino fundamental foram testados em ciências humanas e da natureza. Por se tratar de uma amostragem, nem todas as escolas participaram nessas modalidades especiais.

 

Desigualdade exposta nos números


Os resultados do 2° ano do ensino fundamental em língua portuguesa e matemática apontam uma defasagem na alfabetização de alunos provenientes da zona rural, quando comparados a estudantes da zona urbana. Na avaliação de língua portuguesa a maior fatia de alunos de regiões urbana, 55,92%, ficou acima do nível 5, numa escala que vai até 8, ou seja, quanto maior o nível, maior nível de proficiência. Já na educação rural, os estudantes nessa mesma faixa não passam de 42,21%.


Distribuição dos estudantes nos níveis de proficiência em Língua Portuguesa do 2º ano do EF por Localização (Rural ou Urbana)
Distribuição dos estudantes nos níveis de proficiência em Língua Portuguesa do 2º ano do EF por Localização (Rural ou Urbana) (foto: Inep)

 

Embora menor, na avaliação de matemática, também há desigualdade: enquanto 50,73% dos alunos avaliados na zona urbana se classificaram em nível maior que 5, somente 40,17% dos discentes da zona rural se enquadraram na mesma faixa.


Na avaliação por amostragem do 2º Ano do ensino fundamental também é feito recorte por estado. Em língua portuguesa, ficaram acima da média nacional 10 unidades da federação: aparece, em primeiro lugar, o Ceará, seguido por Santa Catarina e pelo Paraná. Na quarta posição, o Distrito Federal. Na avaliação de matemática o Ceará também garante a liderança, seguido por Santa Catarina, São Paulo e o DF.


Números denunciam baixa proficiência


Na avaliação de ciências humanas entre alunos do 9º ano do ensino fundamental, foi revelado que quase 70% se classificaaram com nota até o nível 4, em uma escala que vai até 9. Além disso 16,97% figuram no segmento ‘abaixo de 1’, com menor proficiência. No entanto, o Distrito Federal aparece acima da média, quando comparado a outras unidades da federação.


Em ciências da natureza os resultados também são preocupantes, pois somente 0,5% apresentou o nível máximo de qualidade e 17,73% ficaram na menor faixa. Nessa avaliação, porém, o DF se destacou e garantiu a liderança nacional.


Distribuição percentual dos estudantes de 9º ano nos níveis de Ciências da Natureza
Distribuição percentual dos estudantes de 9º ano nos níveis de Ciências da Natureza (foto: Inep)


Avaliação permanece


O Ministério da Educação (MEC) planeja que, na próxima edição do Saeb, em 2021, a avaliação para o 2° ano seja censitária, ou seja, com participação de todas as escolas escolas públicas localizadas em zonas urbanas e rurais que tenham dez ou mais estudantes matriculados nessa etapa. “Isso já era um pedido da sociedade, de que todos os alunos fossem avaliados na alfabetização. É o início da vida escolar do aluno, então é muito importante que a gente conheça a realidade de cada aluno”, ponderou Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na coletiva desta manhã.


Confira a coletiva completa:

 

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