RENOVAÇÃO

Campanha propõe discutir renovação na retomada das aulas

A #Reviravolta da Escola busca resolver problemas antigos ao propor soluções e sensibilizar a comunidade escolar no período de retorno presencial

Mateus Salomão*
postado em 03/12/2020 21:53 / atualizado em 04/12/2020 07:47
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A pandemia ofereceu impasses à educação, o que forçou medidas inovadoras e uso da tecnologia no aprendizado. No entanto, desigualdades antigas ficaram evidenciadas. Sob a premissa de discutir essas questões e propor soluções, a campanha #Reviravolta da Escola aproveita o momento para promover debates e, consequentemente, gerar mudanças.


Iniciada em 27 de novembro pelo Centro de Referência em Educação Integral, a campanha conta com a parceria da Fundação SM, Alana, Ashoka, Avante, Cenários Pedagógicos, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Comunidade Educativa CEDAC, Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Gol de Letra, Itaú Social, Instituto Rodrigo Mendes e Movimento de Inovação na Educação.


A diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez, conta que campanha propõe, a partir de lives e materiais na internet, que o momento de planejamento do retorno à sala de aula deva trazer soluções para problemas antigos da educação, como desigualdades e falta de acolhimento à diversidade. O nome reviravolta já define: uma ideia de renovação acompanhando o embalo do retorno presencial. 


“Não basta só voltar para a escola e realinhar aquilo que havia sido planejado. Estamos com a oportunidade muito grande de rever o currículo, ter uma flexibilidade maior entre as turmas, articular melhor a escola com a comunidade, potencializar a intersetorialidade que foi alcançada neste período, garantindo uma rede de proteção às crianças e aos jovens”, destaca Tereza.


A campanha propõe a discussão do modelo atual de ensino


Além da mudança na forma de ensinar, ela destaca que a “reviravolta” deve também ocorrer nas desigualdades. O período de aulas remotas evidenciou ainda mais as disparidades de acesso à tecnologia entre alunos e professores.


Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada em setembro, cerca de 6 milhões de alunos não têm acesso à internet no país. Para que outras mudanças na educação ocorram, a diretora defende maior atenção a esse ponto. 

A diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez
A diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez (foto: Tarumã Luiz/Compondo Ideias)

 

Outra questão que recebe atenção é quanto a tornar a escola ainda mais inclusiva e que incorpore a diversidade no aprendizado. Tereza destaca que os indicadores de reprovação demonstram a urgência da revisão da metodologia. Para isso, ela defende a atualização da forma de atuação das escolas, já que, muitas vezes, estão baseadas em modelos antigos. “É como se a gente vestisse uma roupa que não serve mais”, compara.


“A gente tem uma diversidade que é de cada sujeito. A escola que não vê essa diversidades ela é excludente”, ressalta. Para que o espaço escolar possa ser mais acolhedor, Tereza destaca que o que deve ser evitada a acomodação ao modelo antigo, tem-se que aprender com as lições tiradas do período de distanciamento social.

 

Ficou interessado? Conheça melhor a campanha e acompanhe as discussões neste link.

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