Escolha a escola do seu filho

As possibilidades do semi-integral

A modalidade de ensino, ofertada por diversas escolas no DF, une atividades regulares e eletivas. Saiba como funciona

Samara Schwingel
postado em 10/12/2020 06:00 / atualizado em 10/12/2020 06:59
 (crédito: Lilian de Paula)
(crédito: Lilian de Paula)

Escolas que oferecem atividades regulares durante a manhã e, à tarde, mesclam exercícios obrigatórios com opcionais. Assim funciona a modalidade de ensino semi-integral. O formato conquistou pais e responsáveis de crianças e adolescentes do Distrito Federal. Mas, na hora de fazer a matrícula em uma instituição que oferece este tipo de ensino, as famílias precisam avaliar se o perfil da criança condiz com o que é oferecido pela escola.


É preciso respeitar tanto os períodos de estudo quanto os de descanso, e buscar o equilíbrio entre os dois. “Nesta modalidade, o aluno não passa muito tempo ocupado, o que pode atrapalhar o desenvolvimento de certas habilidades emocionais; nem muito tempo ocioso, que pode prejudicar o aprendizado. Costuma ser uma dose certa de atividades”, avalia a pedagoga doutora em educação Olzeni Ribeiro.


Além disso, os exercícios propostos em escolas semi-integrais não são totalmente voltados para as disciplinas regulares. Ou seja, há a divisão entre português e matemática, por exemplo, e atividades de interesse pessoal, como xadrez, marcenaria, gastronomia, entre outras. “Essa diversificação é importante para que o aluno desenvolva habilidades além das intelectuais, como o autoconhecimento, e de forma prazerosa”, esclarece Olzeni.


Outro ponto positivo, na visão da especialista, é a versatilidade e o conforto para os pais ou responsáveis. Todas essas características chamaram a atenção da assistente social Lilian de Paula, 48 anos. No início do ano, ela matriculou o filho, Pedro, 15, em um colégio que dispõe do sistema de ensino semi-integral. O que pesou na hora de tomar a decisão foi a grade horária.


“O fato de ele poder entrar às 8h, ter a pausa para o almoço e atividades eletivas intercaladas com obrigatórias até as 16h, me pareceu ótimo, pois ele teria tempo para focar nas atividades e descansar”, pondera Lilian.


Mesmo durante a pandemia, a moradora da Octogonal percebeu uma melhora no aprendizado do filho, que cursa o 1º ano do ensino médio. “O ritmo de estudos se torna mais palatável. É uma questão de saúde mental e qualidade de vida”, diz. Além disso, Lilian considera que o estilo auxilia no desenvolvimento pessoal de Pedro, ensinando a ter autonomia e responsabilidade.

Perfil

Um dos colégios do DF que adotou o modo de ensino semi-integral foi o COC do Sudoeste. A rede lançou a modalidade este ano e, apesar da pandemia, considera que a iniciativa foi um sucesso. “Quem entra muito cedo na escola e não tem tempo hábil para descansar acaba não absorvendo o que lhe é passado durante o dia. Neste novo modelo, os estudantes entram às 8h, ou seja, têm mais tempo para descansarem, e ficam durante a tarde. Assim, aproveitam mais os conteúdos”, explica a diretora-geral da instituição, Wilma Matos.


Aqueles que se interessam e consideram buscar instituições que ofereçam ensino semi-integral para o ano letivo de 2021 precisam levar em consideração alguns itens, como a avaliar se a personalidade do estudante se encaixa no modelo.


“É bom para os extrovertidos. Os introvertidos não vão se adaptar, pois a personalidade deles segue uma máxima de ‘quanto menos tempo em contato com barulho e agitação e muitas pessoas, melhor’. Já para os extrovertidos, é um paraíso”, afirma a especialista.


Além disso, os adultos precisam avaliar se o turno e as atividades oferecidas pela escola se encaixam na realidade da família. “Os preços, horários e versatilidade não podem ficar de fora desta avaliação”, ressalta.
Por fim, ela afirma que não há idade para se iniciar nesta modalidade, porém, quanto mais cedo, melhor. “É bom para crianças da educação infantil a adolescentes do ensino médio, mas é interessante começar desde cedo”, conclui.

Modelos de ensino

Confira como funcionam os três modelos de ensino:

Regular

A criança passa cerca de cinco horas na escola, para cursar as disciplinas da grade curricular regular, como português, matemática e ciências, no período matutino ou no vespertino.

Semi-integral

A carga horária é de cerca de oito horas. Durante a manhã, os estudantes cumprem o currículo regular. À tarde, têm acesso a atividades extras e a projetos especiais, como esportes e aulas de idiomas, além de refeições garantidas e horário de descanso.

Integral

Funciona da mesma forma que o semi-integral, porém, com mais horas por dia. A criança passa cerca de 10 horas na escola, alternando entre atividades, refeições e pausas.

Como escolher


Saiba o que avaliar antes de matricular o filho no semi-integral

Horários

Geralmente, os pais que optam por este tipo de ensino são aqueles que passam o dia fora de casa e se preocupam com quem vão deixar os filhos. Por isso, uma das primeiras coisas a se avaliar é o horário que a escola disponibiliza.

Atividades

Cada escola deve ter uma variedade de atividades diferentes para cada faixa etária. Por isso, os pais e responsáveis devem pesquisar qual instituição oferece uma grade que mais condiz com o perfil do aluno. É preciso saber se a criança gosta mais de esporte, de teatro, de música, por exemplo.

Valor

Em instituições particulares, o ensino integral ou semi-integral costuma ser mais caro. Sendo assim, é importante que os pais ou responsáveis avaliem se o que é oferecido pela escola condiz com o valor cobrado.

Fonte: Juliana Araújo, pedagoga e professora

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