Sala de aula

Unifesp cria sistema que auxilia na configuração das carteiras escolares

O projeto ajuda escolas que têm dificuldade em escolher a melhor forma de planejar a sala de aula com a segurança do distanciamento

João Carlos Magalhães*
postado em 18/02/2021 20:34 / atualizado em 19/02/2021 17:59
 (crédito: Sigma/Divulgação)
(crédito: Sigma/Divulgação)

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT/Unifesp), em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) desenvolveu o sistema Sala Planejada, que auxilia na configuração das carteiras, mantendo o espaço necessário entre elas como pede o distanciamento social, durante a pandemia.


Na ferramenta é possível preencher os campos com as dimensões da sala e da cadeira, a quantidade de cadeiras desejadas, bem como a distância necessária entre elas. Com base nesses parâmetros, o programa gera, de forma imediata, sugestões de layouts para o local, auxiliando os gestores com essa questão.


O site já gerou 15.237 layouts de salas. A criação da ferramenta foi feita por alunos e professores de matemática computacional, ciência da computação e pesquisa operacional. O coordenador técnico do projeto e professor de matemática computacional Luiz Leduino afirma que a iniciativa ocorre a partir de um problema matemático chamado empacotamento de círculos em retângulos. A ideia é colocar dentro da sala de aula o maior número possível de círculos, que na prática são as áreas de distanciamento entre os alunos.


“Este não é um problema matemático simples. A parte matemática do site foi feita por professores de três instituições e leva em consideração a dimensão da carteira e da sala de aula, o distanciamento do aluno, se as carteiras ficam em fileiras ou não e quantos alunos tem na sala”, diz.

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. (foto: Reprodução)

Para usar o site basta preencher as tabelas e o algoritmo faz o resto. Primeiro é preciso colocar as dimensões de largura e comprimento da sala, além das dimensões das carteiras. O site ainda pergunta se o aluno poderá mover a cadeira dele pela sala. É preciso informar também quantidade de alunos e fileiras por sala. Além do distanciamento desejado entre os estudantes.

Após formatar todas as medidas, o próprio sistema mostra quantos estudantes caberão dentro da sala como mostra a imagem abaixo.

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Luiz explica que o projeto foi feito tanto pelos professores quanto pelos alunos. “Nós (professores) ficamos com a parte matemática do projeto e os alunos ficaram com o layout e desenvolvimento do site”, destaca.

O Sala Planejada nasceu ainda em março do ano passado, quando escolas e universidades não sabiam como as aulas voltariam durante a pandemia de coronavírus. “A gente teve a ideia porque queria ajudar no planejamento das escolas e no convívio dos alunos”, recorda Luiz. Desde então o site segue sendo melhorado e hoje conta com mais atividades como troca de língua do protuguês para o inglês, entre outras. Para acessar o Sala Planejada clique aqui.

Professor Luiz é um dos idealizadores do projeto e afirma que os cálculos por trás do projeto são complexos
Professor Luiz é um dos idealizadores do projeto e afirma que os cálculos por trás do projeto são complexos (foto: Arquivo Pessoal)

No DF colégios respeitam distância de 1,5m


No Distrito Federal as escolas precisam respeitar um protocolo para as aulas presenciais. Entre as medidas de segurança está dispor as carteiras, cadeiras e mesas a uma distância de 1,5 metro.


Os colégios da rede particular do Distrito Federal recebem alunos desde o fim do ano letivo passado. No Centro Educacional Sigma a estratégia foi dividir os estudantes em bolhas. “São essas bolhas que determinam qual a zona de circulação dos educandos, onde vão ficar no intervalo e como vai ser o fluxo na portaria”, explica Carol Darolt, diretora da escola.


Carol destaca que a consciência dos alunos tem auxiliado para manter o distanciamento em sala. “Eles mesmos se policiam”. A diretora lembra que é importante que o aluno, principalmente dos anos iniciais, tenha essa consciência. “Eles já chegam sabendo o que podem fazer e o que não podem e isso facilita o trabalho do professor”, constata.


No colégio as salas contam com carteiras em locais fixos e com demarcação no chão.

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No colégio Pueri Bilíngue Candanguinho, no Sudoeste, as carteiras ocupam toda a sala de forma intercalada.

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O mesmo ocorre no SEB Dínatos. O chão é demarcado com quadrados onde devem ficar as carteiras. E, além das fileiras, há um espaço para a câmera, que grava a aula para os alunos que estão em casa.

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*Estagiário sob supervisão de Ana Sá

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