Pandemia

Sinepe-DF esclarece que escolas têm autonomia para manter ou não aulas presenciais

O esclarecimento da entidade foi provocado pelo comunicado do Colégio Olimpo, nesta quarta-feira (25), pedindo para os alunos ficarem em casa por conta da escalada de casos de coronavírus em Brasília

João Carlos Magalhães*
postado em 24/03/2021 17:19 / atualizado em 24/03/2021 20:54
 (crédito: Dênio Simões/Agência Brasília)
(crédito: Dênio Simões/Agência Brasília)

Após a divulgação do comunicado do Colégio Olimpo pedindo aos pais de alunos para não frequentem mais as aulas presenciais, a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF), Ana Elisa Dumont, questionou a mensagem:  

“A escola tem autonomia para decidir com a comunidade escolar se fica ou não aberta”, afirmou a presidente. Ana Elisa lembrou que a instituição aberta ajuda os pais que precisam deixar os filhos em algum lugar. “A escola é um espaço seguro para os responsáveis que seguem trabalhando presencialmente, como os funcionários de serviços essenciais, por exemplo.” 

A carta afirma que a direção da escola vai manter as aulas presenciais mesmo “preocupados, amedrontados e até infelizes”, mas seguindo o Decreto nº 41.869, que autoriza as escolas a funcionar presencialmente no Distrito Federal (DF). No comunicado do Colégio, o diretor de ensino do Olimpo, Rodrigo Bernadelli, ressaltou que sabe das diferentes realidades de cada família. “Mesmo assim, pedimos a todos que, se puderem, fiquem em casa”.

Para a presidente do Sinepe, o comunicado aos pais foi equivocado ao interpretar que a escola é obrigada a permanecer aberta de acordo com o decreto. “O documento não determina a volta às aulas presenciais, mas sim autoriza”, pontuou.

Em nota, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa - DF) afirmou que a escolha de enviar os filhos à escola ou não é dos pais e não do colégio. “Uma vez autorizado pelo Governo do Distrito Federal que as aulas funcionem de forma híbrida, a escola deve se manter nesse propósito, cabendo aos pais escolher o que é melhor para seus filhos”.

A associação lembra que há pais que preferem mandar seus filhos ao colégio “Inúmeros são os pais que preferem levar seus filhos à escola, e cada envolvido nesse cenário escolar deve observar e cumprir cuidadosamente os protocolos de segurança em busca de preservar a saúde física e psicológica”.

O diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep/DF), Rodrigo de Paula, afirmou que a recomendação do colégio Olimpo está de acordo com o posicionamento do sindicato.

"Nós defendemos a imediata suspensão das aulas presenciais por duas semanas por entedermos que o DF se encontra no momento mais grave da pandemia", explica. Para o diretor "é desnecessário expor alunos, pais e professores a este risco, uma vez que a rede particular tem todas as condições de fazer as aulas de forma remota".

A situação do Distrito Federal em relação à pandemia é grave. Nas últimas 24 horas foram confirmados 15 óbitos. O DF já contabiliza 5.503 mortes e 332.304 infectados. O Olimpo tem unidades em Águas Claras e no Plano Piloto, 2ª e 5ª regiões administrativas mais afetadas pelo vírus na cidade, respectivamente.

Confira a nota da Aspa-DF na íntegra: 

"A ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ALUNOS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO
DISTRITO FEDERAL(ASPA-DF), informa aos seus associados e ao público em geral que em resposta aos meios de comunicação, sobre o pedido que o Colégio Olimpo fez aos pais para que os alunos “não frequentem mais as aulas presenciais”, temos a informar que: inicialmente esclarecemos que não tivemos acesso à solicitação especificamente, contudo, aos olhos da ASPA-DF e após contatos com pais de alunos, nosso posicionamento é que uma vez autorizado pelo Governo do Distrito Federal que as aulas funcionem de forma híbrida, a escola deve se manter nesse propósito e caberá aos pais escolher o que é melhor para os seus filhos.

Temos realidades familiares diferentes umas das outras, e sabemos que ninguém deseja ser contagiado nem a si nem ao seu filho, e nem pelo vírus SARS COV e nem por qualquer outro, mas deve-se levar em consideração que alguns pais precisam da escola para deixarem seus filhos e há alunos, em faixas etárias variadas, que necessitam do contato da aula presencial para a preservação de sua saúde emocional.


Em que pese o momento que vivemos, com novas variações genéticas em amostras já identificadas por pesquisadores do SARS-CoV-2, inúmeros são os pais que preferem sim levar seus filhos à escola, e, cada envolvido neste cenário escolar deve observar e cumprir cuidadosamente aos protocolos de segurança em busca de preservar a saúde física e psicológica.


Devemos todos, gradativamente nos adequar a esse momento que ainda é muito novo para todos.
Assim, em busca do nosso objetivo em melhorar a representatividade dos pais bem como quanto à qualidade de ensino no Distrito Federal, colocamo-nos à disposição para esclarecimentos."

*Estagiário sob supervisão da editora Ana Sá 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação