Merenda escolar

Petição condena propostas de alterações para a compra da merenda escolar

Os projetos determinam alíquota mínima para compra de laticínios locais e obrigatoriedade da carne suína no cardápio das escolas

EuEstudante
postado em 26/03/2021 20:43 / atualizado em 26/03/2021 20:44
 (crédito: Najara Araújo / Câmara dos Deputados)
(crédito: Najara Araújo / Câmara dos Deputados)

O deputado federal Bacelar (Podemos/BA) divulgou petição contra Projetos de Lei que fazem alterações na alimentação escolar. Segundo o parlamentar, as propostas fragilizam o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ameaçam a saúde dos 41 milhões de alunos beneficiados. O abaixo-assinado foi divulgado na conta de twitter do mandatário na quarta-feira (24).

 

De autoria do deputado Vitor Hugo, líder do PSL na Câmara dos Deputados, o PL n° 3.292/2020 determina que pelo menos 40% dos repasses federais para merenda escolar destinados à compra de leite se destinem a laticínios locais. A proposição tramita em regime de urgência na Câmara.

Já o PL n° 4195/2012, proposta pelo deputado Afonso Hamm (PP/RS), torna a carne suína obrigatória no cardápio das escolas. Em 24 de março, o deputado Bohn Gass (PT/RS) requereu que as duas tramitem conjuntamente na Câmara dos desputados.

Segundo a petição, a urgência dada aos projetos “demonstra a intenção do governo Bolsonaro de atender aos interesses de fabricantes de laticínios e frigoríficos” que enfrentam crise no mercado.

O texto ainda aponta que os PLs deixam o PNAE vulnerável a interesses de produtores e retiram dos nutricionistas a prerrogativa de elaboração dos cardápios. Também afirma que os textos retiram a prioridade dada a comunidades indígenas e quilombolas no fornecimento de insumos às instituições.

“Querem passar a boiada no Programa Nacional de Alimentação Escolar”, afirma o deputado Bacelar no perfil do twitter. O parlamentar também criticou a urgência da tramitação. “Somos um país com dimensões continentais e esse é o programa mais exitoso do país. São 70 anos. O PNAE é utilizado como referência mundial. Que país é esse que, em plena pandemia, quer mexer no cardápio das crianças? Que urgência é essa?”, questionou.

Pela Lei da Alimentação Escolar, é de responsabilidade do nutricionista a elaboração do cardápio escolar. O documento ainda aponta que a escolha deve ser feita “respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura e a tradição alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região, na alimentação saudável e adequada”.

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