preconceito

Escola cristã se opõe à campanha contra a LGBTfobia do Burger King

Em suas redes sociais, a escola pernambucana Eccoprime diz que as crianças estão sendo atacadas e que a empresa de fast-food procura promover uma "reeducação sexual"

Gabriel Bezerra*
postado em 28/06/2021 17:49
 (crédito: Reprodução / Instagram)
(crédito: Reprodução / Instagram)

Neste sábado (26), uma mensagem de repúdio à campanha contra a LGBTfobia da rede de fast-foods Burger King foi feita nas redes sociais da Eccoprime, uma escola bilíngue cristã localizada em Camaragibe, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco. Segundo o post da instituição de ensino, as crianças estariam sob ataque e seria função dos pais defendê-las e se posicionarem.


A campanha da rede de fast-foods celebra o Mês do Orgulho LGBT, que é comemorado anualmente no mês de junho, e explica o significado do termo LGBTQIA+ e as problemáticas do preconceito devido à orientação sexual.


A escola Eccoprime, que de acordo com o seu site oficial “visa instruir os seus alunos com uma visão cristã, conduzindo-os a enxergarem o mundo através de uma perspectiva bíblica”, fez uma postagem em seu Instagram comercial com os dizeres “Nossas crianças estão sob ataque” junto à imagem de uma criança vestido com as roupas do Burger King e as listras coloridas da bandeira LGBT+.


Segundo a postagem, a campanha é uma estratégia para promover uma “reeducação sexual” nos jovens, tendo em vista que o desenvolvimento das sinapses das crianças podem ser enganadas facilmente, diferentemente dos adultos.


A instituição usou a publicação para divulgar o Centro de Treinamento de Pais Cristãos (CT), que segundo os organizadores, será uma reunião prevista para ocorrer presencialmente no dia 18 de setembro e coordenada pelos pastores Teddy Tripp e a sua esposa Margy Tripp com o objetivo de instruir os pais a “se armarem contra as setas do inimigo”.


Além disso, a escola também apresentou estratégias como forma de evitar que as crianças fossem atingidas por esse tipo de conteúdo, como “conversar com o seu filho, ler a Bíblia com o seu filho, fazer cultos domésticos em sua residência e procurar uma instituição de ensino que oferecesse apoio”.


Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu criminalizar a homofobia e a transfobia, determinando que essas condutas passem a ser punidas dentro das prerrogativas estabelecidas pela Lei de Racismo (7716/89). Caso haja divulgação do ato nos meios de comunicação, a pena pode chegar até cinco anos de prisão.


O Eu, Estudante tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Eccoprime Bilingual School, mas até o momento da publicação desta matéria, não obtivemos nenhuma resposta da instituição.

*Estagiário sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

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