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Pesquisa diz que 59% dos pais vão levar os filhos para creche em agosto

O levantamento é da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que encabeça o movimento #tanahoradaescola. A ideia da campanha é mostrar que a retomada das aulas presenciais deve ser ser urgente

EuEstudante
postado em 30/07/2021 19:40 / atualizado em 30/07/2021 19:42
 (crédito: Ilustração)
(crédito: Ilustração)

A pandemia do coronavírus impactou, diretamente, a educação infantil. O fechamento das unidades educativas, em março do ano passado, obrigou pais e cuidadores a reorganizar suas rotinas e absorver demandas até então impensadas. Para entender esses efeitos do período de isolamento social dentro dos núcleos familiares no período de março a dezembro de 2020, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal divulgou a pesquisa Primeiríssima Infância – Interações na Pandemia: Comportamentos de pais e cuidadores de crianças de 0 a 3 anos em tempos de Covid-19.

Elaborado sob consultoria da Kantar Ibope Media, a pesquisa é um desdobramento da Primeiríssima infância – Interações: comportamentos de pais e cuidadores de crianças de 0 a 3 anos, estudo lançado em 2020 que trouxe análise anterior à pandemia, mesmo com a decisão de reabertura em seus municípios, mostrou que mais da metade das famílias decidiu não mandar as crianças de volta à escola – a maioria por medo do contágio. A exceção são as famílias da classe D, cujo percentual dessa resposta ficou em 40%, por medo do contágio ou por não poderem sair de casa para levar as crianças. Fora das capitais a recusa é maior e chega a 63%.

“Embora o medo do vírus tenha pesado na decisão, é possível observar um movimento diferente na classe D, que optou por levar as crianças para as creches e pré-escola. Um dos motivos que pode ter influenciado essa decisão é a falta de alternativa desses cuidadores. Muitos não têm com quem deixar os filhos e/ou precisavam trabalhar fora”, explica Eduardo Marino, diretor de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Agora, no segundo semestre de 2021, a pesquisa também procurou entender se as famílias tiveram contato com as creches durante esse período: Mais de 85% dos respondentes de todas as classes sociais responderam que sim. As principais razões para isso foram para compartilhar orientações sobre atividades escolares (86%), receber orientações sobre prevenção do contágio (82%) e ajuda para enfrentamentos da pandemia – cestas básicas e máscaras (70%).

A pesquisa Primeiríssima Infância – Interações na Pandemia ainda questionou se os cuidadores voltariam a colocar seus filhos nas unidades educativas quando a pandemia acabasse. Segundo os dados: 59% pretendem levar as crianças para a escola quando essas retomarem as atividades regulares presenciais. Para quase 46% dos respondentes de todas as classes sociais, a razão para isso é que essa é a melhor alternativa para a criança.

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. (foto: Ilustração)

 

Campanha #tanahoradaescola

Algumas instituições voltadas para a infância, juventude e educação se reuniram em torno do consenso sobre o enorme prejuízo para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens causado pelo longo período fora das escolas durante a pandemia da Covid-19, instituições lançaram em julho o movimento #TáNaHoraDaEscola.

A iniciativa busca gerar e organizar uma ampla mobilização nacional em torno da necessidade da reabertura das escolas, sem desconsiderar os muitos desafios que ainda existem. A campanha coloca lado a lado neste esforço a Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Roberto Marinho, Instituto Alana, Instituto Natura, Itaú Social e o Todos Pela Educação – e convida novos apoiadores para o Movimento.

Segundo as instituições, o complexo desafio brasileiro exige ainda mais discussão e envolvimento de todos os agentes desse sistema: familiares, alunos, professores, escolas e governos em todas as suas esferas. O avanço da vacinação – inclusive entre os profissionais da educação – e o início de um novo semestre letivo colocam o debate neste novo momento.

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