Educação na pandemia

Legado virtual deve permanecer nas escolas do DF, afirma especialista

Para o diretor da Ambra University, o investimento em tecnologia para a educação que ocorreu na pandemia deve ser potencializado

Mia Andrade*
postado em 28/09/2021 19:01
 (crédito: Divulgação/OneVox)
(crédito: Divulgação/OneVox)

O ensino virtual passou a ser a solução para a continuidade do ano letivo nas escolas e universidades brasileiras, após o início da pandemia de covid-19. Segundo o especialista em educação e tecnologia Alfredo Freitas, o investimento em plataformas, games educativos, aplicativos e conexão gratuita devem permanecer com o retorno às aulas presenciais no Distrito Federal.

Segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), 94% dos alunos da rede pública têm acesso à rede no DF, um dos índices mais altos do Brasil. Em 2020, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) fez um contrato para a aquisição de 821 computadores e monitores — investimento de R$ 2,2 milhões — para escolas da rede pública distrital. Além disso, foi anunciado o programa que oferece conexão gratuita 4G para beneficiários do Cartão Material Escolar.

Para Freitas, diretor de educação e tecnologia da universidade americana Ambra University, todo esse investimento pode ser perdido se o ensino presencial não considerar sua utilização permanente. “Na prática, o que temos visto é que o ensino tem se tornado cada vez mais híbrido. No DF, onde o investimento em recursos digitais foi tão expressivo, é fundamental os gestores observarem se o retorno ao ensino presencial vai preservar a utilização destes recursos, sob pena de ocorrer prejuízos ao erário”, alerta o especialista.

Manter o uso do ensino virtual também traz benefícios para a modalidade presencial, facilitando, por exemplo, na hora identificar as dificuldades de determinado estudante. “A partir do momento em que eu crio um processo de avaliação formativo e gradual dentro do ambiente virtual, eu passo a ter informações de qual disciplina aquele estudante está faltando, criando uma base de dados para mais de uma disciplina”, explica.

“Seria um desperdício completo o não aproveitamento do legado deixado pela pandemia no segmento da educação. O ensino on-line está salvando o segundo ano letivo. Não haverá mais retorno ao ambiente escolar totalmente presencial como tínhamos antes. É preciso compreender este novo momento e investir para potencializar o acesso. É isso que tem sido feito em todo o mundo”, finaliza Freitas.

*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

 

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