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Volta às aulas na UnB marca início do retorno à presencialidade

Limpeza das salas será feita diariamente e dos banheiros até quatro vezes ao dia. Apesar de se mostrar ainda um pouco inseguros, estudantes estão empolgados com a volta

Arthur Vieira*
postado em 17/01/2022 18:42 / atualizado em 17/01/2022 19:06
 (crédito: LG Prado/ Secom UnB)
(crédito: LG Prado/ Secom UnB)

Nesta segunda-feira (17), a Universidade de Brasília (UnB) iniciou um novo semestre que será um pouco diferente dos últimos, uma vez que agora a universidade adotará o sistema presencial e o híbrido para algumas disciplinas, seguindo o Plano Geral de Retomada das atividades. Segundo informações da instituição, cerca de 15% das turmas terão alguma presencialidade neste semestre, mas por ser um retorno ainda marcado por algumas incertezas e dúvidas por parte da comunidade geral, vale reforçar algumas recomendações importantes que estão definidas pela universidade.

Segundo a instituição, as disciplinas listadas como presenciais neste semestre não necessariamente vão começar neste modelo no primeiro dia, tudo isso dependerá do plano de ensino de cada matéria. A orientação ainda é de presencialidade mínima. Por conta disso, mesmo que você esteja matriculado em uma disciplina presencial, esta ainda poderá ter atividades feitas em modo remoto.

Disciplinas oferecidas em modo remoto, por sua vez, não poderão passar para o modelo presencial também. Além disso, os estudantes não poderão mudar de uma turma presencial para uma remota na mesma disciplina, exceto para possíveis formandos impedidos de continuar suas atividades presenciais. Para saber quais disciplinas serão ofertadas em modelo presencial, acesse a planilha presente no site do Decanato de Ensino e Graduação (DEG).

Aos que terão atividades presenciais, é obrigatório o uso de máscaras e o porte do comprovante de vacinação nos ambientes públicos do campus, como a Biblioteca Central e o Restaurante Universitário. Quanto às outras unidades acadêmicas, o comprovante fica a critério de cada uma, mas ainda é obrigatório o uso de máscaras. Em caso de infecção por covid-19, a universidade recomenda que o estudante informe por meio do aplicativo Guardiões da Saúde, mas isso também pode ser feito por meio do formulário da Coordenação de Atenção e Vigilância em Saúde (CoAVS) ou pelo e-mail nvsaude@unb.br. Assim feito, o docente responsável pela disciplina que o aluno infectado está terá de adaptar as atividades para o modelo remoto.

A UnB fez também um remanejamento dos espaços utilizados nas salas de aula. Todas as aulas presenciais serão dadas em salas com ventilação e distanciamento, o que faz com que todas tenham sua capacidade máxima reduzida em 50% ou mais, dependendo de cada ambiente. Segundo um estudo dos espaços utilizados na instituição, cada ambiente foi rotulado em quatro categorias, que vão de “A” a “D”, em que a categoria A diz que o espaço é totalmente adequado para o uso, enquanto a D restringe totalmente o uso enquanto a pandemia durar.

Em relação à limpeza das salas, ela será feita diariamente e a dos banheiros até quatro vezes ao dia. Além disso, a universidade substituiu diversos objetos de uso público por aqueles que dispensam o contato para o uso, como bebedouros que ligam por aproximação e lixeiras com pedal.

Alguns alunos da universidade se mostraram um pouco inseguros ainda com o retorno presencial, mas confiantes que as mudanças feitas melhorarão o ensino como um todo. A estudante de audiovisual Juliana Sihler, 20 anos, é um exemplo. Ela terá uma disciplina em modelo presencial este semestre, e disse que, embora ainda haja um certo risco, ele está em um nível aceitável. “Todo mundo está saturado de telas. Sinto que presencialmente vou aprender infinitamente mais do que de forma remota”, afirma.

Yasmin Souza, 19 anos, tem opiniões semelhantes às de Juliana. Ela ainda não se sente 100% segura com a volta às aulas, mas por conta da imunização, se sente mais tranquila para o retorno. A estudante é estudante do 4º semestre de bacharelado em química, e por ter muitas aulas e atividades em laboratórios, afirmou se sentir preocupada com as ofertas delas em modo on-line: “No ensino médio, mal tive aulas de laboratório, isso me deixa insegura para pegar disciplinas práticas introdutórias por EaD e, futuramente, não ter um domínio da instrumentação de um laboratório, por exemplo”.

Yasmin Souza tem aulas em laboratórios e acredita que o EaD é muito difícil por esse motivo
Yasmin Souza tem aulas em laboratórios e acredita que o EaD é muito difícil por esse motivo (foto: Arquivo pessoal)

Para Felipe Rocha, 19 anos, a segurança quanto ao retorno às aulas presenciais depende mais dos alunos do que da própria UnB. O fato de o modelo remoto ter predominado por praticamente dois anos na universidade foi crucial para que a adaptação se torne mais complicada, segundo ele. Contudo, para o estudante de engenharia química, o ensino terá uma melhora com a presencialidade, e ele se sente seguro o suficiente para retornar também. “Os alunos vão estar mais motivados, porque todo mundo está querendo essa volta do presencial. É mais motivador até para o professor, por não ter que ficar na frente da tela o tempo todo”, conta.

Felipe Rocha acredita que o retorno seguro depende dos alunos também
Felipe Rocha acredita que o retorno seguro depende dos alunos também (foto: Arquivo pessoal)

Vale lembrar que, segundo instrução normativa do Decanato de Ensino e Graduação, as disciplinas podem voltar ao modelo remoto a qualquer momento dependendo das circunstâncias e das recomendações do Plano Geral de Retomada e dos Planos de Contingência de cada unidade acadêmica para o retorno das aulas. “Nos preparamos para o retorno gradual e seguro. Como instituição educadora, que sempre esteve guiada pela ciência, o retorno presencial é feito com muita cautela. Há dois anos estamos trabalhando para resguardar e salvar vidas. Seguiremos nesta direção”, disse Enrique Huelva, vice-diretor da UnB e presidente do Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar).

Para obter outras informações ou se atualizar sobre o retorno presencial das aulas, acesse o tira-dúvidas disposto no site da universidade e fique atento às informações dadas pela unidade acadêmica do seu curso também.

*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

  • Felipe Rocha acredita que o retorno seguro depende dos alunos também
    Felipe Rocha acredita que o retorno seguro depende dos alunos também Foto: Arquivo pessoal
  • Yasmin Souza tem aulas em laboratórios e acredita que o EaD é muito difícil por esse motivo
    Yasmin Souza tem aulas em laboratórios e acredita que o EaD é muito difícil por esse motivo Foto: Arquivo pessoal
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