golpe

Professores do DF são vítimas do novo golpe do precatório

Sindicato da categoria alerta para o aumento dessa modalidade de contravenção e orienta às vítimas acionar a polícia imediatamente

Jáder Rezende
postado em 04/03/2022 21:05 / atualizado em 07/03/2022 21:15
A diretora do Sinpro-DF, Thaís Romanelli, foi a mais recente vítima de golpe na internet -  (crédito: Divulgação/Sinpro-DF)
A diretora do Sinpro-DF, Thaís Romanelli, foi a mais recente vítima de golpe na internet - (crédito: Divulgação/Sinpro-DF)

Além de ter intensificado o uso e desenvolvimento de novas tecnologias, a pandemia do coronavírus ainda representa um prato cheio para os golpistas. Somente no ano passado, as fraudes e golpes on-line fizeram mais de 150 milhões de vítimas no país, aumentando em 44% o volume de desfalques aplicados em nome de bancos ou instituições financeiras, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A mais nova modalidade de cilada atinge diretamente profissionais ligados ao Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), que denuncia a ação de quadrilhas cibernéticas especializadas no golpe dos precatórios. Além disso, nesta semana, uma diretora da entidade teve uma de suas redes sociais clonadas e vários seguidores dela caíram na armadilha.

De acordo com o sindicato, professores e orientadores educacionais estão cada vez mais sendo assediados por golpistas, que apresentam nomes falsos de funcionários do Sinpro-DF e até mesmo comprovante falso para pagamento de precatório. De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas e Socioeconômicos da entidade, Dimas da Rocha Santos, essa modalidade de golpe vem aumentando a cada dia. Segundo ele, com base em listas publicadas pela Vara de Precatórios do Tribunal de Justiça, os bandidos entram em contato com as vítimas, pedindo que as vítimas efetuem pagamento de taxas para liberação de precatórios. “Essas taxas oscilam entre R$ 500 e R$ 1 mil, isso quando os golpistas não solicitam outros depósitos, sempre com promessa de liquidar os precatórios com pagamentos bem acima do devido”, afirma.

Nesta semana, mais uma pessoa da rede pública de ensino viveu uma dessas abordagens e acionou ao sindicato. Pelo menos 15 professores já foram vítimas dos golpistas, segundo Santos. Ele informou ainda que os depósitos indevidos são feitos, geralmente por aplicativos do BRB. “Reiteramos aos professores que não aceitem qualquer tipo de ligação solicitando pagamentos de qualquer valor a ser recebido. Havendo qualquer indício de desconfiança, a ordem é procurar alguma unidade do Sinpro-DF”, averte, completando que não existe pagamento prévio de taxas para desbloqueio de precatório porque, simplesmente, não existe nem bloqueio de precatório nem taxas.

O Sinpro alerta que, quando o servidor público ganha na Justiça alguma causa relacionada a precatório, o valor é creditado, automática e diretamente, na conta da pessoa que ganhou a causa sem intermediários e não existe pagamento de taxas para recebimento de valores judiciais e que as quadrilhas usam vários modelos de extorsão para achacar a categoria.

Entre os vários tipos de fraudes relacionadas aos precatórios, existe uma, como a que foi usada nesta semana, em que os golpistas apresentam um comprovante falso do Banco do Brasil e uma mensagem repleta de erros gramaticais dizendo que o motivo do contato é sobre o precatório que a pessoa tem a receber. Nessa modalidade, os bandidos mostram valores, taxas e até mesmo um comprovante falso do Banco do Brasil para dar veracidade ao golpe, e diz ser necessário entrar em contato com o setor ou núcleo de pagamentos do Tribunal de Justiça para receber o valor do comprovante falso e apresenta o nome também fictício de uma das golpistas: Regina Maria de Meneses.


Havendo suspeito de golpe, o sindicato orienta a ligar imediatamente para a polícia. E, caso receba telefonemas, a dica é não passar nenhum tipo de informação pessoal, não depositar dinheiro, além de avisar à polícia e fazer um boletim de ocorrência (BO), para que sejam promovidas as devidas investigações.

Além do golpe do precatório, o Sinpro-DF vem sendo alvo de outras modalidades de fraudes. Também nesta semana, a diretora de Assuntos de Saúde do Trabalhador da entidade, Thaís Romanelli, foi vítima de uma quadrilha de Internet e teve seu perfil no Instagram clonado e invadido. Os bandidos anunciaram a venda de móveis e, em seguida, começaram a enviar mensagens no Direct para toda a lista de seguidores dela. Após isso, anunciaram uma rifa e vários professores e orientadores educacionais seguidores de Thaís caíram no golpe, inclusive comprando a rifa. 


Ela informou que registrou um boletim de ocorrência. “A polícia avisou que está atrás dessa quadrilha há algum tempo e que há outras denúncias e vítimas”, declarou. “Segundo a polícia, à medida que isso for acontecendo, automaticamente, o Instagram irá tirar a conta invadida da Internet”.

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação