FLUÊNCIA

Brasil figura no grupo de países com baixo domínio da língua inglesa

Pesquisa que mede o índice de proficiência da língua revela que o país está na 60ª colocação entre 112 países analisados

*Mariana Andrade
postado em 28/04/2022 17:04 / atualizado em 28/04/2022 17:07
Na América Latina, Brasil fica atrás da Argentina e Bolívia no quesito proficiência em inglês -  (crédito: Reprodução/Sinproep)
Na América Latina, Brasil fica atrás da Argentina e Bolívia no quesito proficiência em inglês - (crédito: Reprodução/Sinproep)

O inglês é considerado língua mais falada no mundo e também o idioma estrangeiro oficial do Brasil, que ocupa a 60ª colocação no ranking mundial de proficiência, segundo estudo da  EF EPI, que analisou 112 nações. Na América Latina, fica atrás da Argentina e Bolívia. Presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a ideia é integrá-lo ao cotidiano do estudante. São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro estão localizadas na faixa moderada.

De acordo com a 7Waves - referência em planejamento pessoal, que disponibiliza um aplicativo educacional exclusivo para apoiar estudantes dos ensinos fundamental e médio na disciplina Projeto de Vida -, cerca de 40% das pessoas que estabeleceram metas para 2021 sinalizaram o desejo em aprender inglês. Em contrapartida, pesquisa do British Council em parceria com o Instituto de Pesquisa Data Popular, mostra que apenas 5% da população brasileira sabe falar o idioma, sendo que apenas 1% é fluente.

Segundo a diretora de learning da Red Balloon, Ruymara Almeida, a metodologia utilizada naquela escola é focada no ensino lúdico e natural de um novo idioma, no caso, a língua inglesa, aproveitando a bagagem cultural e o contexto social que as crianças e jovens estão inseridos. "É um 'approach' informal para a criança ficar imersa com naturalidade no idioma estrangeiro", diz.

Além disso, ainda segundo ela, a escola promove acompanhamento desses alunos, observando a estrada linguística dos estudantes e levando em conta o aprendizado fora da sala de aula.

De acordo com a diretora, a vantagem do ensino durante a infância é a assimilação dos padrões linguísticos de forma orgânica. Ela afirma que mesmo o ensino sendo divertido os alunos não tem como escapar do “fantasma da gramática".

É necessário tornar mais comum e acessível o ensino do inglês”, diz
É necessário tornar mais comum e acessível o ensino do inglês”, diz (foto: Arquivo Pessoal)

"O verdadeiro objetivo do aprendizado de idiomas estrangeiros é que o aluno se descubra como falante de um outro idioma num contexto de vida bem mais amplo, porque, quando se domina uma nova língua, definitivamente os seus horizontes se ampliam de uma forma que nunca mais será a mesma”, diz Ruymara.

Ela observa que a grande barreira para esse avanço está nos fatores sociais e na falta de investimento do governo para o desenvolvimento linguístico de qualidade no país. “O acesso a esse mundo globalizado está batendo na nossa porta, com jovens cada vez mais imersos no mundo da internet. É necessário tornar mais comum e acessível o ensino do inglês”, diz.

Em 2020, o Observatório Ensino da Língua Inglesa realizou o censo de professores de inglês atuando em território nacional, contabilizando 172.030 profissionais. De acordo com Ruymara, o número reduzido de professores é um “caso crônico” e, somado à falta de incentivo de políticas públicas, se torna uma bola de neve. “Agora é o momento em que precisamos fazer nosso dever de casa e correr atrás do prejuízo deixado pela pandemia”, diz.

*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende

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