Dois estudantes que representaram o Brasil na Olimpíada Internacional de Medicina venceram a categoria sênior regular, módulo que envolve alunos do ensino médio e cursos pré-vestibulares. Paulo Henrique Périco, 15 anos, e Maria Luísa Reis, 14, conquistaram, respectivamente, a prata e o bronze na competição. Nesta edição foram mais de 20 mil inscritos, 49% de escolas públicas, e 604 cidades participantes.
O evento, que ocorreu no formato on-line, teve início em 24 de abril e o resultado foi anunciado em 20 de julho. Os temas abrangeram diversas áreas da medicina, englobando eletrocardiogramas, administração de remédios, neurociência e procedimentos cirúrgicos. A Olimpíada tem como propósito ampliar o nível de conhecimento sobre os caminhos de formação e de atuação nas áreas da saúde na educação básica e, também, fomentar o debate sobre tendências da medicina e competências necessárias para o sucesso na carreira.
A estudante 1ª série do ensino médio da Elite Rede de Ensino, Maria Luísa, que sonha em ser médica, disse que a premiação reafirma sua vocação. “A medalha representa o resultado de muitas horas de estudo e de esforço nos últimos meses, além de demonstrar que estou no caminho certo para me tornar uma médica”, disse a estudante.
Para ela, o diferencial de participar de uma olimpíada de conhecimento é que, “além de ajudar no desenvolvimento do aprendizado e das habilidades de prova, nos aproxima de conteúdos mais robustos, que muitas vezes não temos contato em salas de aula. O estudo me trouxe diversos aprendizados sobre a área da saúde, assim como em relação à sociedade no geral. Meu maior sonho, desde pequena, é ser médica e ajudar as pessoas”, disse.
A adolescente coleciona medalhas de diferentes olimpíadas. Foi medalhista de ouro na Olimpíada Nacional de Ciências (2021), recebeu o ouro e bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia e de Astronáutica (2022), e, também, na Grande Olimpíada Acadêmica de História. Além disso, recebeu menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Química Júnior e participou da Olimpíada Brasileira de Biologia, as duas no ano passado.
Experiência desafiadora
Paulo Henrique, também estudante do Elite e cursa a 1ª série Militar do ensino médio, diz que a experiência de participar da competição e conquistar a medalha de prata foi “desafiadora, cansativa, mas bem educativa”.
“A olimpíada me ensinou bastante sobre persistência. Conquistar uma medalha de prata em âmbito internacional significa muito para mim, pois indica que estou na trilha certa para realizar meu sonho de ser médico. Sei que o caminho até a medicina é grande e tortuoso, mas tenho certeza de que, no final, tudo vai ter valido a pena, já que salvar vidas, de fato, não tem preço”, confessa Paulo.
Mesmo com 15 anos, o estudante tem planos concretos para a profissão. Ele diz que pretende se especializar em cirurgia e cursar neurociência. “Ainda estou um pouco na dúvida sobre qual universidade devo focar, mas uma das que eu mais tenho em mente, pelo menos aqui no Brasil, é a Unicamp. Penso muito em estudar em alguma universidade no exterior, talvez não no curso de medicina, mas sim no de neurociência. MIT (nos Estados Unidos) ou Oxford (na Inglaterra) são algumas das opções que mais me atraem, embora saiba que o caminho até elas é difícil”, conta.