Estudantes do Centro de Ensino Fundamental Queima Lençol, na região da Fercal, no DF, que nunca tiveram acesso à tecnologias modernas, serão contemplados com uma sala de computação inovadora por meio do projeto Educa.conecta.
Alunos daquela unidade de ensino terão, agora, equipamentos de última geração fabricados em Brasília. A partir deste semestre, oficinas serão ofertadas com o intuito de ensinar as crianças a utilizarem computadores de forma correta. Além disso, professores serão instruídos pelo Ministério de Educação (MEC) sobre a didática a ser aplicada.
Para integrar os alunos ao novo sistema, a instituição iniciará a implementação tecnológica na próxima terça-feira. As salas de computação serão dotadas de energia fotovoltaica para promover a conectividade com maior eficiência. Ao todo, 25 alunos, simultaneamente, poderão utilizar o laboratório, com acesso à internet. O projeto prioriza a mudança na forma de educação, trazendo o ensino das escolas rurais do DF para o século XXI e introduzindo a tecnologia no dia a dia desses estudantes.
O Educa.conecta teve início em janeiro deste ano, depois que o coordenador e gestor do projeto, Ronaldo Ivanilson da Silva, observou o cotidiano dos filhos de funcionários que moram nas áreas rurais. "Os alunos demonstraram interesse em seguir a mesma profissão dos pais, a maioria motorista de maquinas e tratores, mas não tinham acesso ao ensino teórico para acrescentar algum diferencial a área", disse Ronaldo.
O programa foi viabilizado por meio de parceria entre a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e a Universidade Católica de Brasília (UCB). De acordo com o doutor em economia e engenharia elétrica Carlos Enrique Carrasco Gutierrez, também coordenador da iniciativa, a inclusão digital em escolas rurais que sofreram durante o isolamento imposto pela pandemia, foi fator preponderante para a viabilização do projeto.
"Levar tecnologia ao campo fará com que os estudantes questionem e achem novas formas de reinventar a maneira de produção rural. Os estudantes serão envolvidos com tecnologia e poderão englobar esse conhecimento ao campo. Esse processo pode incentivar futuros empreendedores nessas regiões”, diz Ronaldo.
Segundo a diretora Lindonor Maria da Paz Barbosa, as expectativas de adesão ao projeto são as melhores possíveis. "Para os estudantes que participam da comunidade local do campo, será uma novidade ter acesso à internet e, enfim, se inserir no mundo globalizado", afirma, observando que as diferenças sociais nessas comunidades são gritantes . "Temos alunos que moram debaixo de lona e também os que moram em fazenda com piscina”, conta .