Vingança

Professora de Goiás é morta a facadas, por vingança, por ex-aluno

Crime ocorreu em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, na madrugada de quarta-feira. Suspeito foi aluno da vítima há mais de dez anos

Eu Estudante
postado em 25/08/2022 19:07 / atualizado em 25/08/2022 19:45
Cleide Aparecida foi executada a facadas por um ex-aluno que estudou com ela há dez anos em Inhumas (GO) -  (crédito: Redes sociais)
Cleide Aparecida foi executada a facadas por um ex-aluno que estudou com ela há dez anos em Inhumas (GO) - (crédito: Redes sociais)

O corpo da servidora da rede estadual de educação de Goiás, Cleide Aparecida dos Santos, 60 anos, assassinada por um ex-aluno em Inhumas, na Grande Goiânia, foi sepultado na tarde de quarta-feira (24), no Cemitério São Judas Tadeu, sob forte comoção e revolta. Identificado apenas como Henrique Marcos, o acusado, de 24 nos, é ex-aluno da pedagoga e afirmou à polícia que cometeu o crime acidentalmente. “Não queria matar, apenas dar um susto nela”, disse, em depoimento, alegando, ainda, que atacou a professora “por vingança”.

Cleide Aparecida foi morta a facadas na madrugada de quarta. O suspeito, que estudou com a professora até 2014, foi preso em seguida por policiais militares logo após o crime, ao buscar atendimento em um hospital público. A saída dele, às pressas, da casa da professora, foi registrada por uma câmera de segurança. Ele teria invadido a casa para cometer o crime.

De acordo com a Polícia Civil, Henrique Marcos estava encapuzado e invadiu a casa da vítima por uma janela. Ainda segundo a polícia, Cleide Aparecida teria percebido a invasão e alertado seu filho, que chegou a ser ferido no braço pelo agressor, que pulou o muro, se ferindo na fuga.

O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para socorrer a vítima, que foi encaminhada a uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. A escola onde a professora lecionava não funcionou nesta quinta-feira, em sinal de luto.

Em depoimento à polícia, Henrique Marcos, que trabalha como auxiliar de produção, confessou ter cometido o crime para se vingar de fatos que teriam ocorridos há uma década anos. Ele alegou que sua intenção era se vingar de “broncas” que levou na época em que estudava com ela. As supostas perseguições teriam ocorrido por três anos seguidos, mas a ideia de vingança foi levada a cabo porque ela o ignorou recentemente, quando ele a cumprimentou na rua. A polícia não informou se o suspeito apresenta sinais de transtornos mentais.

Estudo sobre crise mental nas escolas elaborado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, mostra que no pós-pandemia, sete em cada 10 alunos relatam sintomas de ansiedade ou depressão.

Cleide Aparecida atou como professora da rede estadual de educação goiana por 37 anos. Atualmente, trabalhava como professora de apoio no Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Horácio Antônio de Paula, com s alunos da Educação Especial. Uma colega próxima, que trabalha na mesma escola em que a vítima lecionava e pediu para não ser identificada, disse que Cleide Aparecida sempre foi “uma pessoa do bem, muito querida pelos alunos e colegas de profissão”. Relatou, ainda, que seu trabalho foi de fundamental importância para o ensino em Inhaumas. “Estamos todos consternados. Jamais vivemos uma situação tão triste e avassaladora no município”, disse.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) externaram pesar pelo ocorrido.

“A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) expressa suas condolências à família da professora Cleide Aparecida dos Santos, morta de forma brutal na madrugada desta quarta-feira (24), em Inhumas. Cleide Aparecida tinha 60 anos e era servidora efetiva da rede estadual de ensino desde 1985, tendo dedicado 37 anos de sua vida à educação goiana. Atualmente, atuava como profissional de apoio no Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Horácio Antônio de Paula, tendo um grande papel na formação dos alunos da educação especial. Manifestamos nossos sentimentos aos filhos, parentes e amigos de Cleide Aparecida e rogamos para que Deus ampare a todos neste momento de dor e tristeza”, diz a nota da Seduc.

“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da professora Cleide Aparecida dos Santos, de 60 anos. Ela era Servidora da Rede Estadual de Educação, filiada ao Sintego, na cidade de Inhumas. Neste momento de dor, o Sintego expressa suas condolências e os mais sinceros pêsames aos familiares, amigos e colegas”, registrou o Sintego.

Ex-aluno invade escola em Vitória (ES) com bombas, arco e flecha

Na semana passada, um ex-aluno de uma escola municipal em Vitória, no Espírito Santo, foi detido pela Polícia Militar e a Guarda Municipal após entrar na escola com bombas caseiras, arco e flecha, munição e facas.

Um vigilante informou a TV Gazeta que um homem vestido de preto tentou entrar na escola e, ao ser impedido, pulou o muro. Dentro da unidade de ensino, o jovem, de 18 anos, entrou em uma sala de aula e fez ameaças contra os estudantes.

Itens apreendidos com o invasor que planejava atentado em escola de Vitória, no Espírito Santo
Itens apreendidos com o invasor que planejava atentado em escola de Vitória, no Espírito Santo (foto: Polícia Militar Capixaba/Divulgação)

De acordo com a Polícia Militar, o invasor disse que tinha a intenção de matar sete pessoas. O episódio ocorreu na sexta-feira (19/8). Na ação, o acusado teria ferido uma criança no rosto. Ainda segundo a polícia, o autor da tentativa de atentado concluiu os estudos na mesma escola em 2019.

Em entrevista ao jornal A Gazeta, o comandante Isaac Rubim, que acompanhou a operação, disse que a Polícia Militar foi acionada por um morador e que o atendimento foi muito rápido. "A gente imagina que tenha evitado uma tragédia. Isso aconteceu por causa do policiamento comunitário e um contato rápido de um morador com um militar da equipe. A Polícia Militar chegou em menos de um minuto. Isso evitou a tragédia", disse o policial.


Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação