O projeto que criou absorventes acessíveis e ecológicos feitos a partir de subprodutos industriais recebeu o Prêmio de Excelência no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (SJWP). As estudantes Camily Pereira dos Santos, 18 anos, e Laura Nedel Drebes, 19, do Campus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), são as responsáveis pela conquista, que equivale ao segundo lugar do SJWP. A premiação foi realizada na última terça-feira (30/8), em Estocolmo, na Suécia, onde a dupla concorreu com projetos de outros 35 países.
Na cerimônia, as estudantes destacaram o potencial transformador do projeto. Ao anunciar o prêmio, a representante do júri, Victoria During, destacou a importância do projeto, que minimiza o desperdício de água e traz dignidade às pessoas que sofrem com a pobreza menstrual, por meio da aplicação de princípios da economia circular. “Elas demonstraram sua paixão, empatia e capacidade de pensar fora da caixa”, afirmou a apresentadora. Um certificado foi entregue às meninas pela princesa Vitória da Suécia, patrona do prêmio.
Após a premiação, Laura e Camily agradeceram, emocionadas. “Não tenho palavras para expressar como me sinto. Estou muito feliz por contribuir para a ciência mundial e representar o meu país”, disse Laura, que atuia como pesquisadora desde 2019.
Camily Pereira também discursou no evento, destacando seu amor pelo projeto e como ele a ajudou a se encontrar no meio científico. “Criar os absorventes sustentáveis mudou a minha vida e a forma como eu vejo o mundo. Estou muito feliz por ter essa oportunidade”, afirmou.
Para representar o país na edição, as jovens venceram a etapa nacional. No Brasil, Camily e Laura foram campeãs da competição, promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em junho, por meio do programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS).
SustainPads
Orientado pela professora Flavia Twardowski, o projeto SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais é uma alternativa para tratar a pobreza menstrual. O protótipo final foi capaz de absorver 17% mais que os absorventes descartáveis, a um custo de R$ 0,02. A ideia para a pesquisa surgiu de uma conversa entre Camily e sua mãe. A estudante descobriu que a mãe não tinha acesso a absorventes convencionais quando mais jovem e, desde então, passou a buscar soluções para o problema.
O projeto foi desenvolvido a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira. Do resíduos de cápsulas de medicamentos, as estudantes criaram um biofilme que envolve a parte interna do absorvente e é colocado dentro de suportes feitos com sobras de tecido.
Sobre o Prêmio Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (SJWP)
Realizado anualmente desde 1997, o SJWP é uma competição para estudantes entre 15 e 20 anos que desenvolvem pesquisas capazes de solucionar problemas hídricos. Os participantes da final são os campeões das etapas nacionais de cada país.
*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende