Educação básica

Dois milhões de crianças e adolescentes estão sem estudar no Brasil, diz Unicef

Entre os principais motivos estão o trabalho e ajuda no cuidado com familiares. Crianças das classes D e E tem quatro vezes mais chances de largar a escola do que as dos grupos A e B

Tainá Andrade
postado em 15/09/2022 19:14 / atualizado em 16/09/2022 14:21
 (crédito: Taylor Wilcox/Unsplash)
(crédito: Taylor Wilcox/Unsplash)

Dois milhões de cidadãos brasileiros, entre 11 e 19 anos, abandonaram a escola sem terminar a educação básica, diz um levantamento feito pelo Ipec a pedido do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta quinta-feira (15/9). Isso representa 11% da população dessa faixa etária, o que fez a entidade internacional emitir um alerta ao Brasil para cobrar dos governantes a priorização da educação.

A evasão escolar é quatro vezes pior em quadros onde os menores vivem em situação de vulnerabilidade social. Em todo o país, chega a 17% o abandono escolar nas classes D e E, enquanto nas classes A e B, o número é de 4%.

Entre os motivos que fizeram esses pré e adolescentes tomarem a decisão de largar a educação, quase a metade (48%) informa que foi “porque tinha de trabalhar fora”. Em 29% das respostas disseram que foi pela falta de aulas presenciais, em 28% foi porque “tinham que cuidar de familiares”. Com porcentagens menores apareceram falta de transporte, gravidez, deficiência e racismo.

“O país está diante de uma crise urgente na Educação. Há cerca de 2 milhões de meninas e meninos fora da escola, somente na faixa etária de 11 a 19 anos. Se incluirmos as crianças de 4 a 10 anos, o número certamente é ainda maior”, alerta Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.

Entre os que permanecem na escola, 21% pensam em desistir dela. O principal motivo é a dificuldade de aprendizagem, em acompanhar os conteúdos ou com a didática dos professores (50%).

“Se somam outros milhões que estão na escola, sem aprender, em risco de evadir. É urgente investir na inclusão escolar e na recuperação da aprendizagem. Por isso, o UNICEF vem a público fazer esse alerta e conclamar eleitoras e eleitores a votar pela Educação”, declara Dias.

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