Um olhar sobre o futuro da educação no Brasil

No Dia da Educação, uma reflexão sobre as tecnologias discruptivas, como a Inteligência Artificial

Por Leonardo Queiroz
Sócio e Vice-presidente de Crescimento da Cogna
postado em 28/04/2023 18:18 / atualizado em 28/04/2023 18:19
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Hoje, no Dia da Educação, também se faz necessário ampliar as discussões em torno da utilização em larga escala de tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, trazem à tona preocupações sobre como a educação deve se adequar a um cenário de inovações aceleradas que impactam toda a sociedade. Mais do que nunca, o futuro do Brasil depende também de uma agenda de transformação no ensino que atenda a essa nova realidade e que traga impactos positivos para o país no curto, médio e longo prazos.

Quando pensamos em transformações da educação dentro de um cenário disruptivo, a grande preocupação deve ser a de qualificar as pessoas para que desenvolvam as habilidades específicas para acompanhar a velocidade com a qual as inovações ocorrem, se convergem e se modificam.

Não à toa, esse tema foi uma das pautas discutidas na edição deste ano do maior evento global de inovação, o SXSW. Na palestra de abertura do evento, Amy Web, CEO do Future Today Institute, alertou que estamos evoluindo para um novo momento da internet, mas o mundo não está preparado para lidar com isso, o que pode aprofundar as desigualdades sociais. A futurista ressaltou, ainda, que isso impacta desde a forma como as crianças são preparadas nas escolas até a capacitação dos profissionais para atuar no mercado.

A demanda por mão de obra qualificada é patente no país. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), até 2025 será necessário qualificar 9,6 milhões de pessoas somente em ocupações industriais, das quais 2 milhões em formação inicial para reposição e preenchimento de novas vagas. A questão poderá ser amplificada para outros setores da economia. Se considerarmos que o mercado exige cada vez mais qualificação profissional, mas no Brasil apenas 14% dos adultos chegam ao ensino superior, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), podemos viver um apagão de mão de obra especializada.

Esses dados apontam a necessidade de um esforço do setor educacional para estimular o aperfeiçoamento e capacitação, dentro de um modelo acadêmico inovador para os cursos de graduação, mas que inclua também cursos livres, profissionalizantes e técnicos, conceito que está em linha com o que praticamos na Cogna enquanto organização que pensa em soluções de educação para diversos públicos e momentos de carreira.

O objetivo é criar as bases para melhorar a vida das pessoas a partir de conhecimentos que permitam que, a partir da educação, alcancem mais oportunidades de emprego e renda. O que passa também por oferecer experiências no ambiente acadêmico que estimulem o desenvolvimento de habilidades que passam a ser cada vez mais essenciais em um cenário disruptivo como a criatividade, liderança, empreendedorismo e resiliência.

Ou seja, pensar em criar as bases para a transformação da educação no país pode ser uma potente ferramenta para transformação social e econômica da nação.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação