Novo Ensino Médio

45% das escolas particulares investiram em adaptação ou ampliação

Levantamento realizado pela Fenep teve objetivo de conhecer as experiências das instituições de ensino particulares na implantação do modelo

Eu Estudante
postado em 21/06/2023 17:22 / atualizado em 21/06/2023 17:32
Bruno Eizerik, presidente da Fenep, defende o modelo do Novo Ensino Médio -  (crédito: Fenep/Divulgação)
Bruno Eizerik, presidente da Fenep, defende o modelo do Novo Ensino Médio - (crédito: Fenep/Divulgação)

A implementação do Novo Ensino Médio promoveu mudanças na estrutura de pelo menos 45% das escolas privadas e representou um aumento do número de professores para 49% delas. Essas são algumas das conclusões da pesquisa Fenep: Novo Ensino Médio, realizada pela Federação Nacional das Escolas Particulares Particulares (Fenep). O levantamento teve por objetivo conhecer a experiência das instituições de ensino particulares na implementação do novo modelo de ensino nesta etapa da educação básica.

O presidente da Fenep, Bruno Eizerik, comentou sobre a relevância do estudo. “A pesquisa nos dá uma amostra significativa da realidade das instituições de ensino privadas que estão implementando o Novo Ensino Médio. A maioria está satisfeita e quer que o modelo que está sendo implementado continue, ainda que existam ajustes, algo que sabem ser necessário”, avaliou.

Eizerik também reforçou o posicionamento da entidade sobre a atualização do currículo. “Sabemos que o ensino médio como estava não pode continuar de forma alguma. Basta olhar os números das avaliações de desempenho, com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), ou analisar os dados do Censo Escolar e contabilizar a evasão crescente”, acrescentou.

Perfil

Entre as 239 escolas associadas que participaram do estudo, 42% são de pequeno porte, com até 100 alunos, 44% têm entre 100 e 500 alunos e 14% têm mais de 500 alunos. A maioria delas (66%) passaram a adotar o novo currículo no ano passado, prazo definido para que o modelo tivesse início. Entretanto, 26,5% das respondentes informaram que começaram nos anos anteriores e apenas 5,5% deram início em 2023.

A pesquisa mostra, ainda, que 76% das instituições decidiram administrar as mudanças na oferta do novo modelo por conta própria, sem a colaboração de uma assessoria externa. Em relação ao número de
horas investidas para o planejamento, a formação dos professores e em reuniões para implementação do Novo Ensino, a maioria das escolas, 67,8%, investiu até 150 horas Em razão do novo modelo, a carga horária dos estudantes aumentou em 64% dos casos, o que representou um crescimento no quadro de docentes em 49% das instituições e na adaptação e/ou ampliação da infraestrutura em 45% delas.

Quanto à quantidade de trilhas oferecidas aos alunos, 3% decidiram por uma só, 34% têm dois itinerários, 12% ofertam três opções, 20% escolheram disponibilizar quatro trilhas e 31% têm cinco ou mais itinerários para os estudantes. Com relação ao ensino técnico, considerado o 5º itinerário, 8% escolheram incluir nas possibilidades de grade curricular e apenas 12% fazem parcerias com outra instituição para ofertar disciplinas do Novo Ensino Médio, outros 15% dos estabelecimentos estão avaliando essa
possibilidade.

A Pesquisa

A pesquisa Fenep: Novo Ensino Médio foi realizada de 02 a 12 de maio por meio de questionário online com escolas particulares do ensino básico associadas que oferecem o ensino médio. Ao todo, foram coletadas 239 respostas ao questionário de instituições de ensino localizadas em 10 estados e no Distrito Federal. Além da apuração quantitativa, a pesquisa deixou aberta a possibilidade de os representantes incluírem comentários livres, o que resultou em 162 participações qualitativas.

Sobre a Fenep

A Federação Nacional das Escolas Particulares nasceu há 30 anos, na busca de um processo de democratização do setor e para que os sindicatos estaduais pudessem ter uma representação nacional que debatesse e enfrentasse as dificuldades de um setor em expansão, extremamente regulado pelo estado brasileiro. A entidade reúne 23 sindicatos estaduais e regionais de todo o país.

Atualmente, o setor de escola particular brasileira é composto por mais de 40 mil escolas, empregando mais de 2,5 milhões de pessoas, em sua maioria mulheres com curso superior, para atender mais de 15 milhões de alunos da educação infantil à pós-graduação.

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