Eu, Estudante

MERCADO DE TRABALHO

Dia da Mulher: mulheres são maioria em cursos profissionalizantes

Em cursos da área da saúde e educação, a presença de estudantes mulheres é três vezes maior do que a dos homens

Estudantes brasileiras estarão mais preparadas para o mercado de trabalho em um futuro próximo. A constatação é de um levantamento feito pelo Itaú Educação e Trabalho, que revelou que 58% das matrículas em cursos de educação profissional e tecnológica (EPT) ligadas ao ensino médio feitas no país são de pessoas do sexo feminino — um montante de 1,2 milhão de alunas secundaristas interessadas em se preparar para uma carreira profissional.

A análise, publicada nesta quarta-feira (8/3), data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, foi feita com base no Censo Escolar de 2020 e mostra um protagonismo feminino na hora de decidir uma carreira ainda quando a estudante está no ensino médio.

“As mulheres enxergam valor na Educação Profissional e Tecnológica e entendem como ela abre portas. Os dados mostram que as mulheres têm interesse por formações que as preparem para o mundo do trabalho e que ampliem as possibilidades de sucesso no futuro de suas vidas”, analisa Carla Chiamareli, gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho.

A presença feminina na educação profissional é ainda maior se for feito um recorte pelos cursos que pertencem aos eixos tecnológicos de produção alimentícia e turismo, hospitalidade e lazer: nessas áreas, a quantidade de mulheres é 100% superior ao número de homens matriculados.

Nessa área, os cursos de estética, podologia, alimentação escolar, cuidados de idosos, saúde bucal, artesanato, moda, confeitaria, enfermagem são alguns dos cursos de maior adesão feminina, com taxa superior a 85%.

De acordo com o levantamento, os dados “evidenciam que, pensando nas novas economias, as formações das mulheres estão mais relacionadas às economias do cuidado e criativa”. Já nos eixos de ambiente e saúde e desenvolvimento educacional e social, as estudantes são três vezes mais vistas nas salas de aula do que os homens.

“Com o mundo do trabalho em constante transformação, precisamos fomentar o aumento do número de mulheres em profissões conectadas a todas as novas economias: do cuidado, prateada, criativa, verde e digital. A Educação Profissional e Tecnológica de qualidade pode ser uma grande aliada para isso”, acrescenta Carla.

Por outro lado, a presença de mulheres cai relevantemente em formações dos eixos de controle e processos industriais, onde 84% dos alunos são homens. Na área militar e de informação e comunicação, o mesmo ocorre: apenas 28% são mulheres no primeiro campo e 36% no segundo.

Educação profissional para quebrar barreiras de gênero e desigualdade social

De acordo com o levantamento, ainda há cursos que tem baixa representatividade de alunas mulheres, como manutenção de aeronaves, manutenção automotiva, impressão fotográfica e soldagem — nesses, a taxa de estudantes é de menos de 10%. 

“Ainda hoje temos poucas mulheres em formações e cargos que por muitos anos foram vistos como masculinos, sobretudo nas economias verdes e digitais. São barreiras que persistem no mundo do trabalho e que cabe a nós, como sociedade, e ao setor produtivo, criar novas oportunidades mais equitativas para ampliar a diversidade de gênero na composição das carreiras profissionais e, principalmente, na ampliação de cargos de liderança”, evidencia Carla, gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho.

Outro levantamento feito pela instituição, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, mostrou que 72% de estudantes mulheres do ensino médio sinalizaram a intenção de ingressar em um curso de ensino técnico — homens somam 66%. A ambição profissional das mulheres ainda é maior: 45% das entrevistadas afirmam que preferem integrar o curso na grade do ensino médio para estagiar em empresas da área no contraturno.

Para a equipe do levantamento, a estatística mostra “um claro aceno da importância, para mulheres, de obterem formação que promova a prática e auxilie na inclusão digna no mundo do trabalho”.

Muito mais do que construir uma carreira, Carla Chiamareli destaca que o acesso à educação profissional é visto pelas mulheres como uma forma de combater o desemprego na juventude. O estudo aponta que mulheres de 15 a 29 anos estão mais desempregadas (19,8%) do que homens na mesma faixa etária (13,8%).

“Precisamos olhar para este cenário contemplando a questão de gênero, seguir ampliando o acesso das mulheres à EPT e ao mesmo tempo criar mecanismos para ampliação da inclusão produtiva das jovens no mundo do trabalho. Depende de uma união de esforços que envolve o estado, as empresas e a sociedade civil para garantir a essas mulheres a oportunidade do primeiro emprego”, detalha Carla.

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