Com a proximidade do Enem 2022, a preparação para a reta final se intensifica. E, por representar metade das questões cobradas no segundo dia de prova, em 20 de novembro, matemática é uma disciplina que exige reforço na revisão. O professor Marcio Campolino, do Sigma, explica que, além do grande número de questões — das 90, 45 são de matemática —, a disciplina tem uma importância ainda maior quando analisada a possibilidade de subir a média final. "É um bloco à parte e pode chegar a mil pontos, tem peso como a redação", afirma.
Isso se evidencia quando analisadas as notas dos alunos nos últimos anos. Mesmo com alto número de acertos nas outras provas, dificilmente eles chegam próximos da pontuação total se não se saírem bem em matemática. O alto índice de acertos na disciplina pode levar a médias que ultrapassam os 900 pontos.
A situação ocorre por causa do TRI — a teoria de resposta ao item —, algoritmo que classifica os pesos das questões com base na dificuldade geral dos alunos que realizaram a prova naquele ano, no número de acertos e nos tipos de candidatos propensos a acertar ou não as alternativas. No caso da matemática, como costuma ser uma disciplina em que grande parcela dos alunos têm dificuldade, os acertos destacam o estudante que domina a disciplina.
Por isso, uma dica importante que o professor Campolino dá aos que prestarão a prova é o foco em priorizar as questões fáceis e menos trabalhosas, que garantem a base da nota e auxiliem o sistema a não considerar os acertos médios e difíceis como chutes. "É importante fazer uma prova coerente para não correr o risco de se prejudicar", aconselha.
Estratégia de prova
Sabendo do funcionamento da prova, o estudante João Pedro Medeiros, do 3º ano do ensino médio do Sigma e do cursinho preparatório da escola, explica que começa fazendo a leitura dinâmica da prova; em seguida, responde as fáceis e médias, antes de partir para as difíceis e trabalhosas. Com isso, consegue manter consistência nas respostas e deixar mais tempo sobrando para as demais questões.
João Pedro, que prestará o Enem com foco em medicina, pensa que a estratégia de prova é de extrema importância na resolução, já que, dessa forma, consegue otimizar seus resultados e terminar dentro do tempo, o que acredita ser a maior dificuldade da prova. Além disso, aconselha quem também for prestar o exame a se acostumar com o modelo de prova e formato das perguntas.
Para isso, o professor Campolino avisa que não existe outra opção: o aluno deve, sim, resolver provas antigas. Somente assim, é possível conhecer a forma como o exame cobra cada conteúdo e se habituar com o tempo do certame, que tem duração total de cinco horas, cerca de três minutos para cada questão.
Para os alunos que estão estudando e revisando no momento, não é possível rever todos os conteúdos do ensino médio com profundidade até a prova, por causa do tempo curto. Por isso, a recomendação do professor é que resolvam provas antigas, revejam as matérias de maior incidência nos últimos anos e as que o aluno mais domine. Desse modo, pode fortalecer seus pontos fortes e aumentar as chances de acertos.
A estudante Júlia Pessanha, também do 3º ano do Sigma, conta que tem seguido nessa direção. "Começo solucionando questões e, se necessário, retorno ao conteúdo para revisar", relata. Além disso, Júlia utiliza o método Pomodoro para maior foco na hora de estudar. A técnica consiste em dividir, em média, 25 minutos de foco total intercalados com pequenos intervalos.
A aluna prestará o Enem de olho na Universidade Federal da Bahia (UFBA), que utiliza o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para ingresso na graduação. Como principais forças na jornada até o dia da prova, destaca o apoio da mãe amorosa e os momentos de lazer nos finais de semana, que a auxiliam a ter foco total nos estudos nos dias de semana. "É muito importante ter essas pausas para conseguir descansar a cabeça, o excesso faz muito mal", acredita.
Equilíbrio
Júlia reforça que os momentos de descanso são muito importantes para fazer uma boa prova, que o exagero pode ser muito prejudicial, como foi para ela. "Um tempo atrás, tive um período de muito estudo e pouco descanso, que me deixou mal", relembra. Por isso, recomenda a todos equilíbrio e organização, pois são os maiores aliados para que o estudo renda e os objetivos sejam alcançados.
Esse equilíbrio também é importante para diminuir a ansiedade na hora de prestar a prova. Caio Merçon, estudante do cursinho e do ensino médio do Sigma, conta que isso influencia na hora da resolução. "É preciso ter tranquilidade para poder aplicar os conhecimentos e as técnicas que foram adquiridoss em todo o período", alerta. Passar os últimos dias antes da prova estudando enlouquecidamente pode levar a uma tensão que pode gerar os famosos "brancos".
Para o sábado antes da prova, não recomenda exageros e, sim, momentos de relaxamento, comidas leves e horas de sono adequadas. Para os momentos finais, os três estudantes ainda contarão com o aulão pré-Enem que a escola oferece, no qual somente alguns conteúdos serão relembrados com humor e sem pressão.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
Enem em números
3.396.632
Total de inscritos
Desses,
3.331.566
farão a versão impressa
65.066 farão a versão digital
59,7%
Percentual de alunos isentos
da taxa de inscrição
Número de inscritos por
unidade da Federação:
AC 22.181
AL 62.723
AM 79.781
AP 22.294
BA 260.311
CE 224.113
DF 63.700
ES 62.147
GO 138.979
MA 130.942
MG 301.350
MS 43.590
MT 57.728
PA 199.843
PB 101.483
PE 186.837
PI 83.308
PR 145.675
RJ 243.365
RN 86.422
RO 31.284
RR 8.190
RS 146.784
SC 80.165
SE 57.396
SP 527.097
TO 28.944