ENEM 2022

Refugiados venezuelanos buscam educação superior, mas não conhecem o Enem

Os dados são da pesquisa da Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V, em inglês)

Jéssica Andrade
postado em 17/11/2022 15:31 / atualizado em 17/11/2022 20:40
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

Apesar do desejo de ingressar em uma instituição de ensino superior no Brasil, 3 em cada 4 refugiados e migrantes venezuelanos ouvidos em uma enquete não conhecem o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), principal forma de acesso ao ensino superior. Atualmente, 388 mil refugiados e migrantes da Venezuela vivem no Brasil.

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Os dados são da pesquisa da Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V, em inglês). Entre os participantes da enquete, 92% afirmam querer entrar em uma universidade, mas 75% nunca ouviram falar do Enem. A primeira etapa do Exame foi aplicada no último domingo (13/11), e a segunda será no próximo domingo, dia 20 de novembro.

 

Apesar do desejo de cursar a universidade, 3 em cada 4 refugiados e migrantes da Venezuela ouvidos em enquete não conhecem o Enem
Apesar do desejo de cursar a universidade, 3 em cada 4 refugiados e migrantes da Venezuela ouvidos em enquete não conhecem o Enem (foto: R4V/Reprodução)

“De forma geral, um dos motivos que impedem o acesso à educação de pessoas refugiadas e migrantes é o desconhecimento de que isso é um direito. O que a enquete mostra agora é que isso não ocorre apenas na educação básica, quando as famílias em grande parte desconhecem o processo de matrícula, por exemplo, mas se perpetua durante a adolescência e juventude”, afirma a colíder do setor de Educação da Plataforma R4V Cynthia Ramos e também consultora de Educação em Emergências da Unicef.

Mariana Alcalay, colíder do setor de Educação da Plataforma R4V e também oficial de projetos de Educação da Unesco, afirma que a educação é fundamental para a integração, inclusive socioeconômica, de refugiados e migrantes. “Eles pensam no futuro e na continuidade da educação em seu novo país, mas será preciso investir na informação sobre meios de acesso e na facilitação para promover esse acesso também no ensino superior”, diz Alcalay à Unicef.

A pesquisa foi realizada no começo do mês por meio do U-Report Uniendo Voces, uma plataforma digital de informação e participação social para jovens e adolescentes que deixaram seu país em busca de proteção e assistência no Brasil. A enquete contou com a participação de 74 pessoas e não tem caráter representativo da população de pessoas refugiadas e migrantes no Brasil. Dos que responderam à enquete, 55% têm o ensino médio completo, 52% têm até 30 anos e quase metade vive nos estados do Amazonas e de Roraima.

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