Durante a pandemia e a adaptação ao “novo normal”, grande parte das pessoas tiveram que fazer as tarefas de trabalho de forma remota e conciliar com todas as obrigações dentro de casa. Para as mães têm sido ainda mais difícil: é preciso acomodar trabalho, estudos e maternidade. A estudante universitária Marcella Mares vive nos EUA e tem passado por essa situação. Em 24 de setembro, ela divulgou um relato nas redes sociais expondo que um de seus professores da Faculdade da Cidade de Fresno, na Califórnia, a impediu de amamentar a filha de 10 meses durante a aula.
Segundo matéria publicada pela CNN, o docente exigiu que os alunos mantivessem câmeras e microfones ligados. Mares consentiu ao pedido do professor, porém respondeu que quando fosse necessário alimentar a filha, iria desligar a câmera. O professor respondeu: “Fico feliz em saber que você pode ter sua câmera e microfone ligados, mas, por favor, não amamente sua filha durante a aula, porque não é o que você deveria fazer. Faça isso depois da aula”, disse. A atitude do docente a deixou incomodada.
Após o caso, a aluna entrou em contato com Lorraine Smith, coordenadora da faculdade, e dias depois o professor enviou um e-mail à estudante pedindo desculpas. “Lamento o transtorno em relação a sua intenção de amamentar seu bebê. A partir de agora, você tem o direito de amamentar seu bebê a qualquer momento durante as aulas. Você pode desligar a câmera a qualquer momento, conforme necessário”, respondeu.
Smith é coordenadora do Título 9, como é chamada a Lei Federal americana que proíbe discriminação por sexo em programas ou atividades educacionais que recebem assistência financeira federal. Muitas escolas americanas têm um colaborador voltado para a proteção dessa legislação.
De acordo com Kathy Bonilla, secretária de informação pública da Faculdade da Cidade de Fresno, o docente não conhecia a lei relacionada à amamentação e agora entende que o direcionamento não estava correto. A lei da Califórnia exige que as instituições acomodem estudantes em condições relacionadas à gravidez e ao parto, o que inclui a amamentação.
Segundo a CNN, Marcella Mares trancou a disciplina esse semestre por motivos não-relacionados ao caso, mas espera que a faculdade tome outras medidas com relação ao ocorrido.