Aulas remotas

DF: faculdades particulares decidem pela manutenção do semestre remoto

Decisão foi tomada na última sexta (29/1) por 20 instituições de ensino superior do DF. De acordo com o sindicato da categoria, aulas práticas podem ser presenciais

Talita de Souza *
postado em 03/02/2021 14:57 / atualizado em 03/02/2021 14:58
 (crédito: Vlada Karpovich/Pexels)
(crédito: Vlada Karpovich/Pexels)

O primeiro semestre de aulas de faculdades particulares do Distrito Federal em 2021 continuará a ser cumprido no formato remoto. A hipótese de retorno às aulas presenciais, previsto para o fim de fevereiro, foi descartada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos Particulares de Ensino Superior do Distrito Federal (Sindepes-DF), em assembleia na última sexta-feira (29/1).

A decisão foi unânime entre as 20 entidades que compõem o Sindepes-DF e que também definiram a possibilidade de aulas práticas serem presenciais, conforme a necessidade do curso. Ao todo, 210 mil alunos serão afetados pela decisão.

 

Thiago Gomes, diretor do Sindepes, afirma que o objetivo do adiamento é manter a biossegurança de todos
Thiago Gomes, diretor do Sindepes, afirma que o objetivo do adiamento é manter a biossegurança de todos (foto: Arquivo Pessoal)

 

De acordo com o diretor do sindicato, Thiago Gomes, o objetivo do adiamento da volta presencial é manter estudantes e colaboradores em segurança. “Nós temos um comitê de monitoramento da covid-19 que, constantemente, nos passa dados para embasar as decisões”, conta. “De acordo com o cenário de aumento de casos, nós optamos por continuar no modelo remoto para preservar as vidas dos nossos estudantes e de toda comunidade do DF. Essa foi a nossa maior motivação”, explica.

O diretor também afirma que o formato presencial seria mais fácil para as faculdades do que continuar a cumprir a grade curricular em formato virtual, no entanto, a decisão mais sábia é evitar as aglomerações.

“Manter o ensino remoto é uma decisão desafiadora. Do ponto de vista das instituições, é mais fácil o presencial, porque é algo que já conhecemos, mas, se podemos continuar as aulas cumprindo a função de formação com segurança, faremos isso”, informa.

Em nota, o presidente do Sindepes-DF, Luiz França, diz que a decisão faz parte do compromisso das instituições de ensino superior (IES) com a saúde coletiva e afirma que o ensino remoto continuará a ser aprimorado.

“As IES do DF reiteram seu compromisso com a saúde de toda sua comunidade acadêmica e permanecem comprometidas com a qualidade de ensino na adaptação ao formato remoto síncrono emergencial e sua constante melhoria”, escreveu na na nota.

 

DCE do Ceub concorda com a decisão, mas acredita no retorno gradual

 

Para Luísa Rodrigues, presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) do Ceub, decisão não atende alunos que gostariam do retorno presencial
Para Luísa Rodrigues, presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) do Ceub, decisão não atende alunos que gostariam do retorno presencial (foto: Arquivo Pessoal)

 

Para Luísa Rodrigues, pós-graduanda em psicologia e presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) do Centro Universitário de Brasília (Ceub), a decisão é válida, mas não atende os anseios dos alunos.

“Nós, como DCE, estamos vendo uma movimentação dos alunos pelo retorno presencial, por não se adaptarem ao modelo remoto, em sua maioria. Então, acreditamos que, no momento, as aulas devem voltar de forma híbrida e gradual”, afirma.

A estudante diz que as instituições devem receber os alunos que queiram o formato presencial, desde que haja respeito aos protocolos de segurança. “Depois, quando houver a segurança necessária, as aulas voltam de forma efetiva, presencialmente”, diz.

 

*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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