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Manifestações

UnB: Moradores da CEU fazem protestos contra alimentação estragada

Os estudantes que residem na Casa do estudante fecharam a L2 Norte e exibiram cartazes e faixa com palavras de ordem como "Moradores da CEU nas ruas, UnB, a culpa é sua" na L2 Norte. Em seguida, os manifestantes seguiram para o prédio da Reitoria da UnB

Moradores da Casa do Estudante (CEU) da Universidade de Brasília (UnB) fizeram manifestações na tarde desta segunda-feira (29) na via L2 Norte. O ato ocorreu em protesto às condições sanitárias das marmitas fornecidas aos estudantes. Segundo eles, foram encontrados cabelos, larvas, moscas e plásticos dentro da comida feita e entregue pela empresa Sanoli Alimentação.


Os manifestantes exibiram faixa com a frase “Moradores da CEU nas ruas, UnB, a culpa é sua” para os carros que paravam no semáforo vermelho na via. Havia também cartazes com dizeres como “A CEU pede socorro” e “Desde quando larva é comida?”.

 

Após o ato na L2, os estudantes seguiram para a Reitoria para colar cartazes da manifestação.

 

Integrantes do Diretório Central Estudantil (DCE) participam dos protestos. Eles reivindicam o recebimento em dinheiro do auxílio emergencial de alimentação em vez das marmitas. A Sanoli só soube da manifestação na hora de entregar as marmitas do almoço na CEU. 

 

Entenda o caso


No início de março, moradores da CEU relataram os primeiros problemas com as marmitas. As refeições começaram a ser servidas em fevereiro, quando a UnB alegou não ter recursos para fornecer auxílio alimentação para os estudantes e decidiu distribuir as marmitas da Sanoli, empresa responsável pelas refeições do Restaurante Universitário (RU).


Segundo o representante da Casa, João Emanuel, alunos começaram a sentir mal-estar e, um deles fez reclamação por intoxicação alimentar. Junto aos sintomas, começaram a aparecer problemas nas marmitas.

Divulgação - Moradores da Casa do Estudante reclamam de más condições sanitárias das marmitas ofertadas no local
Divulgação - Moradores da Casa do Estudante reclamam de más condições sanitárias das marmitas ofertadas no local
Divulgação - Moradores da Casa do Estudante reclamam de más condições sanitárias das marmitas ofertadas no local
Divulgação - Moradores da Casa do Estudante reclamam de más condições sanitárias das marmitas ofertadas no local


“Dentro da mesma semana, na terça encontraram uma larva, na quinta eu encontrei um fio de cabelo na minha marmita e no domingo uma mosca”, relata o morador. Ele pontua que suas falas não são um ataque à UnB, mas críticas à “falta de higiene da Sanoli.


Encontraram ainda mais larvas e pedaços de plástico. Na última quarta-feira (24) uma estudante recebeu um iogurte vencido na sobremesa.


Nesse período, a Sanoli alegou que o problema poderia estar nos bebedouros da Casa do Estudante. Análises feitas pela UnB descartaram a possibilidade.


UnB afirma que a licitação para nova fornecedora está em fase final


Procurada, a UnB afirma estar “atenta a todos os desdobramentos dos casos relatados, em diálogo com os discentes, com a empresa e com as equipes técnicas de fiscalização”. Em nota enviada na última quinta-feira (25), a instituição ainda respondeu que a licitação para nova prestadora de serviços está em fase final.


Segundo a UnB, as reclamações por parte dos estudantes têm sido encaminhadas e notificadas à Sanoli. Após as advertências, deve ser aberto um processo administrativo contra a empresa. Confira a nota na íntegra:


A UnB acompanha, com cautela e responsabilidade, as denúncias relativas à qualidade das marmitas entregues pela Sanoli. A primeira reclamação formal sobre contaminação física (plástico, cabelo, etc.), foi feita em 10 de março. A Universidade notificou a empresa, que respondeu dentro do prazo legal. Com a resposta, a UnB encaminhou o processo para a aplicação da sanção administrativa "Advertência". No último fim de semana, a UnB recebeu nova reclamação de contaminação física (sobre a presença de larvas na salada). A instituição novamente notificou a Sanoli, que tem prazo legal de cinco dias para responder. Depois disso, a Universidade deve abrir processo administrativo para aplicação de nova sanção administrativa, provavelmente multa pela recorrência do caso, que será aplicada proporcionalmente sobre o valor da fatura. A Universidade esclarece estar atenta a todos os desdobramentos dos casos relatados, em diálogo com os discentes, com a empresa e com as equipes técnicas de fiscalização. Além disso, está em fase final a licitação para contratação de uma nova empresa prestadora de serviços.


Sanoli fica no local até depois do horário de refeição para atender às reclamações

 

Na última sexta-feira, os estudantes receberam um comunicado de que representantes da Sanoli ficariam após o horário de refeição para atender a possíveis queixas de irregularidades. A empresa ficaria até 20 minutos depois do término na casa dos estudantes de graduação. Aos pós-graduandos, a fornecedora disponibilizou contatos para reclamações.


O comunicado da Diretoria do Restaurante Universitário (DRU) afirmou que a Sanoli está “orientada a corrigir qualquer inadequação que venha a acontecer”. Os atendimentos começaram no último sábado (27).

 

Sanoli diz que reclamações possuem "inconsistências"

 

Em nota, a Sanoli afirma que "as reclamações possuem inconsistências fáticas instransponíveis, que não permitem dizer em que momento estas situações ocorreram". Segundo a empresa, as reclamações são averiguadas e as amostras não apontaram não conformidades.

A fornecedora ainda aponta cumpre o contrato seguindo todas as normas sanitárias e que o processo é acompanhado por fiscais da UnB. Além disso, afirma que não se opõe À substituição das marmitas pelo auxílio alimentação em dinheiro para os moradores da CEU. Leia o texto na íntegra:

 

Sobre a manifestação dos Moradores da CEU da Unb, a Sanoli esclarece que atende à legislação vigente, inclusive as normas da Vigilância Sanitária e mantém todos os controles necessários, que são diariamente monitorados por profissional técnico habilitado.

É dever da Sanoli registrar que sempre alertou à UnB que a “distribuição de refeições para consumo externo” permite que as mesmas sejam consumidas a qualquer tempo, inviabializando a mitigação de riscos de contaminação e, por consequência, a manutenção da propriedade e qualidade dos alimentos.

As reclamações possuem inconsistências fáticas instransponíveis, que não permitem dizer em que momento estas situações ocorreram.

Todas as reclamações são devidamente averiguadas e nenhuma análise de amostras, apontou qualquer não conformidade nas refeições fornecidas.

Outro ponto relavante é que os processos são acompanhados de perto pelos fiscais da UnB que diligentemente tem realizado vistorias diárias na Sanoli, bem como a vigilância sanitária que faz visitas periódicas, não havendo qualquer apontamento que denote descontrole ou falta de cuidado.

Cumpre lembrar que, ao longo de toda a execução do contrato, ou seja, há mais de 5 anos, jamais houve qualquer problema com a alimentação fornecida, não podendo ser desconsiderada a real motivação das “denúncias” que se avolumam desde o início do ano de 2021, qual seja, a substituição da refeição fornecida pela Sanoli, pelo auxílio-alimentação, como aliás, constou expressamente das matérias veiculadas na mídia e nos cartazes:

“Se a UnB fornece o auxílio-alimentação em pecúnia para todos os outros estudantes em situação de vulnerabilidade, por que não faz o mesmo com os que moram na CEU?”, questiona estudante. Segundo ela, com a situação de insegurança alimentar e as complicações de saúde, não há como a universidade esperar até o semestre seguinte para resolver a situação. “A impressão que temos é que a UnB está tentando se esquivar”, disse a estudante.1

Tal intenção já foi objeto de reuniões, enfim tratativas envolvendo estudantes, UnB e Sanoli, sendo certo que a Sanoli não se opõe à concessão de auxílio-alimentação aos referidos estudantes, o que aplacaria as “denúncias” infundadas de inconformidades.

A motivação do ato está comprovada nas próprias manifestações, quando os estudantes afirmam que “reivindicam que possam receber o auxílio emergencial de alimentação ao invés das marmitas”.

Certa de ter esclarecido os fatos a contento, a Sanoli, alicerçada na boa-fé e lealdade contratual que pautam sua conduta, reitera estar à disposição para sanar quaisquer dúvidas suplementares.