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Pesquisa

56% dos jovens adiaram a graduação com a suspensão do auxílio emergencial

Pesquisa da Abmes e da Educa Insights mostra que falta de suporte financeiro às famílias impactou negativamente no ingresso ao ensino superior

A interrupção do pagamento do auxílio emergencial do governo impactou no adiamento do início do ensino superior de 56% dos estudantes brasileiros. Segundo a 2ª edição da pesquisa "Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021", 66% dos entrevistados tiveram acesso aos pagamentos do apoio financeiro no ano passado.

O levantamento foi realizado pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).

 

Você ou alguém da sua família recebeu o auxílio emergencial antes da interrupção?

O fato do governo ter interrompido o pagamento impactou o início do seu curso de graduação?

 

Segundo o diretor-presidente da Abmes, Celso Niskier, a pesquisa mostra a importância do auxílio para viabilizar o sonho universitário de milhares de jovens brasileiros. Além disso, os resultados servem como alerta para que se tenha formas alternativas de financiamento estudantil.

A mudança no calendário do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2020 em razão da pandemia da covid-19 também refletiu na decisão de deixar para o futuro o sonho de cursar o ensino superior. Os resultados do exame foram divulgados em 29 de março e 47% dos entrevistados que fizeram a prova afirmaram pretender começar o curso apenas no próximo semestre. Em contrapartida, 12% deles efetuaram a matrícula e outros 19% começam os estudos ainda neste semestre.

Demanda continua reprimida

No cenário geral, as perspectivas de início da graduação se mantém estáveis em 2021. Os que querem se inscrever imediatamente em um curso superior representam 27%, uma alta de 2% em comparação com janeiro. Entre as razões para a baixa adesão estão o contexto econômico desfavorável, o aumento no número de casos de contaminação do coronavírus e a baixa taxa de vacinação da população.

Os estudantes que vão começar no segundo semestre têm 38% de intenção de matrícula. Os estudantes que não tem prazo definido representam 24% dos que participaram do levantamento. Por fim, 10% têm a intenção de investir no ensino superior apenas daqui a 12 meses.

Levantamento foi feito entre março e abril

A segunda edição do levantamento "Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021" foi feito entre 30 de março e 5 de abril, via internet. Foram consultados 1.112 homens e mulheres, de 17 a 50 anos, que desejam ingressar em cursos de graduação presenciais e a distância ao longo dos próximos 18 meses, em todas as regiões brasileiras.

A 1ª edição da pesquisa foi feita em janeiro e divulgada no início de fevereiro, quando foram consultadas 1.024 pessoas. O acompanhamento dá continuidade ao estudo “Coronavírus vs Educação Superior: o que pensam os alunos e como sua IES deve se preparar” efetuada em cinco etapas ao longo de 2020, quando foram ouvidos 4.490 alunos de graduação.

Esses estudantes estavam matriculados em cursos presenciais ou virtuais de instituições particulares, há pelo menos seis meses ou eram potenciais alunos com interesse de iniciar cursos de graduação presencial ou a distância em faculdades particulares nos próximos 18 meses.

Números da educação superior particular

Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2019, divulgados em outubro de 2020 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o segmento particular é responsável por 94,9% da oferta de educação superior do país, considerando as modalidades presencial e a distância (EaD).

Quanto às matrículas, as instituições de ensino superior representam 75,8% em 2019, sendo 35% na modalidade a distância e 65%, na presencial.