Sonho

Goiana é aprovada em universidade dos EUA e sonha em ser astronauta

Nicole Vieira Pires conseguiu bolsa integral para a Universidade de Columbia. A jovem usa redes sociais para estimular outros jovens que têm sonho de estudar no exterior

Gabriella Castro
postado em 25/05/2021 15:29 / atualizado em 25/05/2021 20:23
Nicole vai estudar na Universidade de Columbia -  (crédito: Arquivo Pessoal/Reprodução)
Nicole vai estudar na Universidade de Columbia - (crédito: Arquivo Pessoal/Reprodução)

“Eu espero muito poder ser inspiração para outras pessoas e fazer com que elas acreditem nos seus sonhos também, acreditem e façam acontecer”, diz a estudante Nicole Vieira Pires, 18 anos. A jovem de Goiânia (GO) foi aprovada na Universidade de Columbia, em Nova York, com bolsa integral no valor de R$ 2 milhões.


Amante da física e das ciências, ela vai cursar ciências da computação e física na universidade e sonha em ser astronauta. Nicole foi ainda uma das 10 pessoas do mundo selecionadas para participar do “Science Research Fellow”, programa que coloca jovens pesquisadores em contato com vencedores do Prêmio Nobel.


“Poder usufruir disso através das oportunidades que eu estou conseguindo é muito bom, porque eu visualizo um futuro com muitas oportunidades, não só para mim, mas eu quero, principalmente, criar para outras pessoas”, conta Nicole Vieira Pires.


Bolsista de escolas particulares em Goiânia, a estudante conta que a mãe, corretora de seguros, e o pai, dono de uma loja, fizeram muitos esforços para dar a ela uma educação de qualidade. “Meus pais sempre priorizaram a educação. Então, sempre foi algo crucial para eles e qualquer outro sacrifício era menos importante do que o sacrifício pela educação”.


Como a partida para os Estados Unidos está prevista para 19 de agosto, Nicole aproveita os últimos meses no Brasil para tocar projetos pessoais e passar mais tempo com a família. Um desses projetos é relatar a jornada dela nas redes sociais para estimular outros jovens, principalmente de escola pública. “Espero que as pessoas possam ver o resultado final e entender que ele é fruto de muito esforço e aplicação”, explica.

 

Estudante deve publicar livro em breve


Nicole ainda é autora de um livro que deve publicar este ano. Na obra "Ciência, Cultura e Sociedade— e minha visão de mundo aos 17 anos", a jovem escreve sobre percepções que têm acerca de certos fenômenos sociais.


Entre algumas temáticas abordadas, estão o pensamento crítico e a relação dos seres humanos com a ciência. “É um livro técnico no qual eu trago muitas opiniões, mas eu também trago fatos embasados em dados científicos”, explica.


“Eu sempre gostei muito de retratar o que eu vejo, às vezes eu saía de uma aula de filosofia e escrevia um texto sobre aquilo. Então, esse texto originou um dos capítulos do meu livro”, relata. “E aí, conforme eu fui escrevendo vários textos, eu pensei 'por que que eu não formo isso num compilado de textos e transformo um livro?’”

 

Processo de preparação foi longo


Se preparar para estudar em universidades no exterior não foi o objetivo desde o princípio. Nicole conta que começou a se preparar para seguir carreira na área de física e das ciências exatas.


Assim que entrou no ensino médio, ela teve contato com o IYPT (sigla em inglês para “Torneio Internacional de Jovens Físicos”). A partir dessa iniciativa, ela começou a se engajar em atividades relacionadas à área.


“A intenção não era preparar para a aplicação, mas sim para o que eu gostava. Então, tudo que eu fiz foi porque eu gostava”, relata. “E aí, como consequência, uns anos depois, eu soube que eu poderia usar tudo aquilo ao meu favor ao aplicar para universidades dos Estados Unidos, porque eles valorizam tudo aquilo”.


Além dessas atividades, a jovem ainda participou de Iniciação Científica pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Segundo Nicole, a pesquisa no Brasil deve ser mais incentivada e ela espera poder contribuir de alguma forma para isso. “Eu sei que aqui a gente tem mentes brilhantes, que precisam de incentivo para que consigam feitos tão grandes como esse de Columbia”, finaliza.

 

*Estagiária sob a supervisão da editora Ana Luisa Araujo

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