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Enem

Entidades se manifestam contra queda do número de inscritos no Enem

Para a Frente Parlamentar Mista da Educação, a falta de adesão dos estudantes significa tragédia para o Brasil; Ubes afirma que é "uma prova do descaso do Governo Bolsonaro com a educação"

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o número total de inscrições recebidas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. O número é o menor desde 2007, com dois milhões de inscritos a menos do que na edição passada.


Ao todo, foram 4.004.764 inscritos, o número corresponde às inscrições para as duas versões do exame, impressa e digital. A confirmação do total de participantes, no entanto, ocorrerá, em definitivo, somente após o processamento do pagamento das taxas de inscrição.


Segundo a Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), a redução é uma tragédia anunciada, principalmente por se assemelhar à quantidade que dos que faltaram a edição de 2020 realizada em janeiro deste ano, quando o exame teve mais de 2,8 milhões de ausentes. O edital do Enem 2021 impossibilitou que os faltantes da edição passada, que ocorreu em meio a alta de casos de covid-19 no Brasil, pudessem contar com a isenção da taxa de inscrição, que custava R$ 85.

Para a presidenta da União Brasileira dos Estudantes secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, o Enem 2021, é mais uma prova do descaso do Governo com a educação. "É um desespero ver que o número de inscritos deste ano é o menor em treze anos prova. Eu quero ser a primeira da minha família na universidade e sei que esse é um sonho de tantos outros jovens brasileiros mas o Governo Bolsonaro prova mais uma vez que quer acabar com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, consequentemente, dificultar a entrada no ensino superior, principalmente dos mais pobres”, diz Rozana Barroso.


A presidente da entidade também conta que grande parte dos estudantes que não compareceram à prova ano passado por problemas relacionados à covid-19 não conseguiram a isenção da inscrição. “Recebemos inúmeras reclamações dos estudantes e o Ministério da Educação não fez nada. E nos dias de hoje, com a atual realidade do brasileiro, o valor de R$ 85 (taxa de inscrição) é muito alto”.


A FPME cobrou sensibilidade ao governo em relação à situação e que liberasse a isenção para todos os inscritos que cumprissem os demais requisitos, mas estivessem entre os ausentes da edição anterior. Mas o Inep e o MEC não acataram os pedidos.


"Apesar dos esforços da Frente, vários estudantes ficaram sem a isenção. Sem a possibilidade de arcar com os custos, eles foram impedidos de se inscrever no exame, ficando mais distantes do acesso à educação superior num momento de agravamento da diminuição de renda das famílias brasileiras. Não podemos deixar que esse desmonte continue. A Frente continuará lutando e se posicionando a favor do acesso à educação para todos.", disse a Frente Parlamentar em nota.


O Enem Digital será exclusivo para quem concluiu o ensino médio ou está concluindo em 2021. Assim, os participantes que desejam fazer o exame para fins de auto avaliação — os chamados “treineiros” — puderam optar pela versão impressa. Como preveem os editais, os interessados tiveram de indicar a unidade da federação e o município onde desejam realizar as provas.


As duas modalidades do Enem 2021, impressa e digital, serão aplicadas nos mesmos dias, 21 e 28 de novembro. Ambas as versões terão as mesmas provas, com itens iguais e mesmo tema de redação.