aulas presenciais

Estudantes de medicina da UnB exigem retorno de aulas práticas

Protestos ocorreram na manhã desta segunda-feira (9). Graduandos pedem que professores elaborem plano de retorno gradual

Ana Luisa Araujo
postado em 09/08/2021 21:04
"USP, UFMG, Unicamp, UFG, ESCS voltraram e a UnB?", diz um dos cartazes - (crédito: Divulgação/Centro Acadêmico de Medicina da Universidade de Brasília (Camed-UnB))

Estudantes de medicina da Universidade de Brasília (UnB) protestaram, nesta segunda-feira (9), para que os dirigentes da UnB permitissem o retorno gradual das aulas práticas. Em carta aos docentes da Faculdade de Medicina (FM), alunos dizem entender a importância do distanciamento, mas frisam que a vacinação de 25 anos para cima iniciará nesta semana ainda. 

No texto colocarm em pauta a escassez de atividades práticas na Faculdade de Medicina da UnB como uma
realidade que não se repete em todos os outros dos cursos de medicina do Distrito Federal, públicos ou privados. Segundo os estudantes, em carta, algumas aulas dessas instituições nunca pararam por um período prolongado com as atividades práticas e outras com propostas de retomada 100% presencial. 

O Centro Acadêmico de Medicina (Camed) disse que a área de morfofuncional em específico, está tendo práticas bem planejadas e estruturadas, além de prezar pela segurança dos participantes com organização de horário para evitar aglomerações e ter disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's). O que os estudantes reconheceram, a partir de reuniões, foi a importância da elaboração de planos de retorno por parte dos professores, em especial pelos coordenadores de disciplinas.

O coordenador do Camed, Thalisson Pikhardt, 20 anos, diz que o curso é "evidentemente muito prático". Segundo ele, desde as práticas de anatomia e laboratorial até o primeiro contato com o paciente, passando por consulta, exame físico, enfermaria, cirurgia, etc. "Estamos sem contato nenhum com pacientes a mais de 1 ano e meio, como podemos colocar médicos em estágio obrigatório antes mesmo de ter contato com paciente?", questiona o estudante. 

"UnB decidiu em uma reunião no mês de Junho ou Julho que não passaria para a etapa 2 do plano de retorno, etapa em que teria um ensino híbrido/semi-presencial. Todavia, a Faculdade de Saúde tem uma certa autonomia, mesmo no cenário remoto, em criar atividades práticas dentro de nossas áreas", diz o coordenador do Camed.

Ainda assim, Thalisson explica que é necessária a criação de um plano de retomada por partes dos professores de cada área para serem apresentados à Faculdade de Medicina (FM) e ao Hospital Universitário. Desse forma, seriam feitas todas considerações de segurança e de organização visto o contexto pandêmico, para enfim ser votado e aprovado.

"Todavia, esse processo está ocorrendo de maneira muito lentamente e alguns professores ainda não apresentaram o plano de retorno de suas áreas. Nosso movimento busca alertar os professores da necessidade de criação desses planos e para a FM solicitar esses planos também com data marcada para aceleração do processo. Nossa situação está insustentável com um ano e meio de falta de práticas, enquanto todas faculdades de medicina do DF já retornaram e tem planos de retorno 100% presencial", desabafa. 

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