Ensino Superior

Ato pela Terra: alunos indígenas da UnB marcam presença

A participação contou com performances, cantorias e protestos contra as PL’s.

*Mariana Andrade
postado em 11/03/2022 17:49
 (crédito: Claudia Renault)
(crédito: Claudia Renault)

Os alunos indígenas da Universidade de Brasília (UnB) marcaram presença no ‘Ato pela Terra e contra o pacote da destruição", evento encabeçado pelo cantor e compositor Caetano Veloso ocorrido na última quarta-feira (9) em frente ao Congresso Nacional. A participação em manifestações não é novidade para eles, mas a presença de outros “coletivos” reforçou a importância de algumas pautas defendidas desde 2006.

Os estudantes conheceram o movimento por meio das redes sociais relacionadas ao Movimento Indígena e grupos de WhatsApp. Os estudantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério da Economia, para ir em conjunto para o ato. Além de continuar utilizando máscara, eles evitaram permanecer em locais aglomerados.

A presença no ato foi marcada por uma ação feita em colaboração com a Organização não Governamental (ONG) Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Em conjunto, os grupos elaboraram uma performance para simbolizar o cuidado do Cerrado e corpos hídricos, a atividade foi dividida entre: a árvore representando o bioma do Cerrado, o pingo d'água nas mãos, representando os corpos de água, e as cantorias.

Nayra Kaxuyana, 23 anos, presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), conta que a movimentação não foi apenas para protestar contra o Projeto de Lei 191/2020 (PL), que modifica a atual legislação e legaliza a exploração mineral de terras indígenas na Amazônia. “Colocamos nossos rostos e corpos individuais em qualquer pauta”, reforça Nayra. Ela reitera que os estudantes reconhecem o que vai afetar a “nossa terra” no final.

Presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), Nayra Kaxuyana, 23.
Presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), Nayra Kaxuyana, 23. (foto: Rayssa Coe)

De acordo com o grupo, essa ação serviu para alertar a população em relação ao debate das consequências ambientais que outros ecossistemas brasileiros sofrem periodicamente, com o desmatamento, mineração e expansão agropecuária.

A presidente da AAIUnB compartilha que eles se surpreenderam positivamente com a participação de “outros coletivos” lutando lado a lado com eles, em um ato que tem pautas diretamente relacionadas à eles. “Geralmente, a gente puxa [as manifestações] , nos sentíamos muito sozinhos, no máximo um ou dois grupos diferentes participavam”, afirma.

Nayra diz que o grupo participa da maioria das manifestações, o único pré-requisito é que a pauta esteja ligada de alguma forma a vivência indigena ou educação. Atos como “Luta pela Vida”, “Marcha das Mulheres” e “Luta pela Terra” contaram com a participação do coletivo.

Outra iniciativa coordenada pelo grupo foi o 1º Fórum Nacional de Ensino Superior Indígena-Quilombola, projeto que marcou o encontro entre os grupos para debater as pautas defendidas em ambos os grupos de estudantes.

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