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A ansiedade e o retorno das aulas presenciais na UnB

Hoje, a insegurança não se apresenta em relação ao risco de contaminação, como em 2020, mas, sim, à mudança da rotina, dos relacionamentos e da forma de ensino

Luiza Monteiro*
postado em 24/05/2022 12:17 / atualizado em 24/05/2022 14:25
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Devido à pandemia do Coronavírus no início de março de 2020, o governo do DF emitiu um decreto suspendendo aulas, palestras e eventos presenciais. Essa decisão afetou o cumprimento do calendário acadêmico e o formato das aulas de escolas e universidades, como a Universidade de Brasília (UnB). A universidade se adequou ao modo online e depois de dois anos, as aulas voltarão a ser presenciais, a partir de junho de 2022.

Em 2021 foi realizada uma pesquisa pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) da UnB e aponta que 78,7%dos estudantes de graduação da instituição enfrentaram algum problema emocional nesse ano. Falta de energia e motivação, esgotamento físico e mental, foram algumas das queixas entre alunos e professores. A mudança da rotina, da forma de ensino e de se relacionar passando a ser totalmente on-line forçou a necessidade de uma adaptação rápida a esse novo cenário, apresentando reflexos nos pensamentos e nas emoções dos participantes.

Atualmente, com o retorno, alguns dos novos alunos que foram aprovados entre 2020 e 2021, temem pelo primeiro contato presencial com a faculdade e as novas rotinas que compõe fazer o ensino superior. Para outros que já são veteranos voltar a se readaptar com o deslocamento, cansaço e aula em período integral são alguns pontos que geram insegurança e ansiedade.

Hoje, a insegurança não se apresenta em relação ao risco de contaminação, como em 2020, mas sim à mudança da rotina, dos relacionamentos e da forma de ensino que, sendo presencial, requerem novos comportamentos. Essa novidade pode gerar ansiedade por ser uma nova realidade a qual ainda não viveram.

A ansiedade é uma emoção que faz parte da sobrevivência humana e tem a função de alertar possíveis perigos, de forma a gerar o estado de alerta com as preocupações do que pode vir a acontecer. O que pode ser problemático é viver constantemente preocupado, estar tão preso ao futuro a ponto de não conseguir ter outros pensamentos que causem menos nervosismo e tensão. Isso pode afetar a qualidade do sono, da concentração, da atenção e também a autoestima.

É preciso estar atento aos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos como forma de cuidar da nossa saúde emocional. Conforme aprendemos a lidar com as nossas emoções, dentre elas a ansiedade, podemos vir a sentir menos preocupação, tensão e cansaço, sendo possível aproveitar mais os momentos presentes e não ficar tão preso ao futuro.

 

*Por Luiza Monteiro, psicologa - Atendimento com foco em Ansiedade e Relacionamentos

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