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Corte de verba afeta bolsas e assistência estudantil nas universidades

Além de inviabilizar o funcionamento das instituições, corte de R$ 8,2 bilhões vai prejudicar estudantes maios pobres

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Estudante
postado em 01/06/2022 17:28 / atualizado em 01/06/2022 20:03
Márcia Abrahão, reitora da UnB, afirma que o bloqueio de verba vai afetar a assistência estudantil, até o fim do ano -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Márcia Abrahão, reitora da UnB, afirma que o bloqueio de verba vai afetar a assistência estudantil, até o fim do ano - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, afirma que o bloqueio de verba feito pelo Ministério da Educação (MEC) anunciado nesta semana vai afetar todo funcionamento da instituição e, principalmente, a assistência estudantil até o fim deste ano. “Ainda não tivemos tempo de fazer todos os cálculos, mas a situação é dramática”, declarou, corroborando a previsão da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Além do auxílio estudantil e bolsas de pesquisas, projetos acadêmicos serão diretamente prejudicados pelo bloqueio de R$ 3,2 bilhões de verbas de custeio para as universidades federais de todo o país, afirma a Andifes.

O presidente da entidade de reitores, Marcus David diz que a redução dos recursos para as universidades deve chegar a 14,5% do total. Segundo ele, a medida vai "inviabilizar o funcionamento das instituições nesse segundo semestre", com impacto direto sobre alunos mais pobres.

Já o bloqueio no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, também já confirmado, será de R$ 2,9 bilhões e deve paralisar, conforme entidades científicas, pesquisas importantes sobre covid-19 e meio ambiente. O corte total do orçamento anunciado pelo governo federal e publicado nesta terça-feira (31/5), no Diário Oficial da União, é de R$ 8,2 bilhões.

Na Universidade Federal de Minas (UFMG), o dinheiro bloqueado deve corresponder a uma redução superior a R$ 30 milhões, de acordo com a reitora Sandra Regina Goulart. Se o corte for mantido, diz ela, "comprometerá o funcionamento e a manutenção da universidade, com forte impacto nas ações de ensino, pesquisas e extensão, além da assistência estudantil, inviabilizando o apoio a estudantes mais necessitados".

"Esses cortes reduzem a atuação das universidades como agentes mitigadores do aumento das condições de vulnerabilidade da nossa população, que tem sido fortemente afetada com a pandemia de covid-19 e com a crise econômica", apontou Sandra Goulart, em nota.

Reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca disse que o bloqueio é "uma tragédia". Segundo ele, torna impossível manter compromissos, bolsas e planos previstos para este ano. "Na prática, esses dois bloqueios (das verbas do MEC e do MCTI) inviabilizam o funcionamento da ciência brasileira e dessas instituições, institutos e universidades que são tão cruciais para o País", afirmou Fonseca. (Com Agência Estado)

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