Protesto

Em protesto pacífico, estudantes e professores manifestam contra cortes na educação

Ato reuniu cerca de 120 estudantes e representantes de entidades estudantis, que protestaram contra o desmonte da educação

Diogo Albuquerque*
postado em 09/06/2022 15:36 / atualizado em 09/06/2022 16:02
 (crédito: Diogo Albuquerque)
(crédito: Diogo Albuquerque)

Estudantes da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto Federal de Brasília (IFB) e secundaristas participaram na manhã desta quinta (9/6) de ato convocado por movimentos e entidades estudantis. A concentração teve início por volta de 9h30, ao lado da Biblioteca Nacional de Brasília. Às 10h30, o grupo seguiu até o Ministério da Educação. Também participaram da manifestação docentes e servidores da unB e do IFB.

A manifestação foi pacífica, durou aproximadamente duas horas e não houve registro de incidentes. Cerca de 120 estudantes participaram do evento, segundo a Polícia Militar. Três das seis faixas da Via S1 foram bloqueadas para a passeata. Os participantes gritaram palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro, pedindo por mais investimento na educação.

De acordo com a professora da UnB e diretora da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), 47 anos, Eliane Novaes, os cortes de verba promovidos pela União acarretam risco de suspensão das aulas. Além disso, afirma, os projetos de pesquisa serão comprometidos. “O professor está com salário congelado há 7 anos, com perda de 40 a 50% na remuneração”, relatou. “O projeto do governo é acabar com a educação pública”, disse.

Coordenador geral licenciado do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) e servidor há 42 anos, Edmilson Lima, 61 anos. Ele lembra que a que nunca houve um corte orçamentário com essa proporção, como ocorre no atual governo. “Estamos nas ruas exigindo a manutenção e a ampliação do orçamento para as universidades e a educação pública”, disse.

  • Passeata na Esplanada durante ato contra cortes na educação Diogo Albuquerque
  • Cartazes com frases contra os cortes na educação Diogo Albuquerque
  • Passeata na Esplanada durante ato contra cortes na educação Diogo Albuquerque
  • Munidos de cartazes e placas, manifestantes andam pela Esplanada Diogo Albuquerque
  • Munidos de cartazes e placas, manifestantes andam pela Esplanada Diogo Albuquerque
  • Cartazes com frases contra os cortes na educação Diogo Albuquerque
  • Lucas Macedo, representante do DCE do IFB Diogo Albuquerque
  • Monna Rodrigues, coordenadora geral do DCE e militante do Juntos! DF Diogo Albuquerque
  • Edmilson Lima, coordenador geral licenciado do Sintfub Diogo Albuquerque
  • Passeata na Esplanada durante ato contra cortes na educação Diogo Albuquerque
  • Estudantes e servidores do IFB marcam presença na manifestação com faixa "#tiraamãodomeuif" Diogo Albuquerque
  • Estudantes do IFB durante ato desta quinta-feira (9) Diogo Albuquerque
  • Trio percorre a Esplanada durante ato contra cortes na educação Diogo Albuquerque

O vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), Artur Nogueira, destacou que os cortes no orçamento afetam não apenas o nível superior, mas também o nível técnico e o ensino médio. Monna Rodrigues, 21 anos, coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UnB) e militante do movimento estudantil Juntos! DF, disse que a presença dos estudantes em manifestações é importante, mas o ato não contou com maior número de participantes devido ao retorno das aulas presenciais da UnB. Com orçamento reduzido, segundo ela, os estudantes temem pela assistência estudantil, que será gravemente afetada.

Representante do DCE do Instituto Federal de Brasília (IFB), Lucas Macedo, 24 anos, disse que o corte pode paralisar dois câmpus inteiros do instituto e que, por isso, os estudantes seguirão a mobilização em defesa da educação.

Maria das Graças, 31 anos, estudante quilombola de Linguagens da UnB, afirmou que no tempo em que estuda na universidade, não conseguiu ter acesso a bolsas de assistência estudantil, e com os cortes, ficará ainda mais difícil para ela. A deputada Érika Kokay também esteve presente no ato. “Estamos aqui para dizer que o povo liberto não é o povo armado, mas o povo educado”, disse.

*Estagiário sob a supervisão de Jáder Rezende

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