INEDITISMO

Equipe da UnB é 1ª da América Latina a lançar foguete híbrido em competição

Lançamento do equipamento ocorreu no último domingo (7) no Cabo Canavial, em Tatuí (SP). Próxima parada do Capital Rocket Team é construir modelo projetado para alcançar 3 km de altitude

Mariana Andrade*
postado em 12/08/2022 17:29
A equipe de foguetes, Capital Rocket Team da UnB entrou para história ao lançar pela primeira vez um foguete híbrido na Latin American Space Challenge (LASC) -  (crédito: Divulgação/Capital Rocket Team)
A equipe de foguetes, Capital Rocket Team da UnB entrou para história ao lançar pela primeira vez um foguete híbrido na Latin American Space Challenge (LASC) - (crédito: Divulgação/Capital Rocket Team)

A Capital Rocket Team, equipe de foguetemodelismo da Universidade de Brasília (UnB) desde 2015, entra para a história ao conseguir lançar, pela primeira vez, na América Latina, um foguete híbrido na competição Latin America Space Challenge (LASC), considerada uma das maiores competições experimentais de engenharia de foguetes e satélites da América Latina.

O lançamento do foguete da equipe brasiliense ocorreu no último domingo (7) no Cabo Canavial, em Tatuí, São Paulo. Cerca de 22 estudantes da equipe viajaram para a cidade paulista para participar do evento. Eles competiram na categoria de propulsão híbrida, com o foguete de Apogeo, projetado para alcançar 1 km de altitude. “Foi um feito histórico. A UnB, agora, será reconhecida como a primeira universidade da América Latina a concluir a categoria com êxito”, comemora o estudante de engenharia mecatrônica Álamo Conrado, 21 anos, integrante da Capital Rocket Team.

Para os estudantes, aquele momento foi o mais feliz da vida deles “Essa conquista confirmou que todo o tempo dedicado não foi em vão. Ver o foguete lindo no ar foi recompensador. A contagem regressiva do 10, 9, 8… me fez quase infartar de ansiedade. Depois veio uma sensação indescritível de alegria”, compartilha Conrado.

  • Momento do lançamento do foguete híbrido projetado pela Capital Rocket Team da UnB Divulgação/Capital Rocket Team
  • Foguete híbrido em travessia no ar próximo a 1 km altitude Divulgação/Capital Rocket Team
  • Foguete híbrido atinge a marca de 1 km de altitude na LASC Divulgação/Capital Rocket Team
  • Momento da recuperação do foguete pelo sistema de paraquedas Divulgação/Capital Rocket Team
  • Modelo Apogeo de foguete híbrido projetado pela Capital Rocket Team da UnB Divulgação/Capital Rocket Team
  • Parte do foguete com a logo da UnB Divulgação/Capital Rocket Team

A elaboração e construção do foguete durou, aproximadamente, dois anos. Todos os processos ocorreram durante a pandemia, desde a apresentação do projeto até o desenvolvimento do material para a competição.

Semelhante ao caso da viagem para a competição internacional de drones, a equipe afirma que o financiamento, ainda, é uma das maiores barreiras da área da tecnologia aeroespacial. Um foguete precisa de materiais de alta qualidade, feitos por encomenda. No caso do modelo lançado na LASC foi necessário desembolsar em torno de R$ 30 mil. A equipe conseguiu custear o projeto por meio de verbas disponíveis em editais divulgados pela UnB, além da organização de rifas promovidas pelos próprios estudantes.

Entre toda a complexidade do trabalho, Conrado destaca o processo de criar o sistema de liberação de paraquedas, equipamento responsável por preservar a estrutura do foguete e minimizar os danos. O estudante afirma que diversas equipes adversárias perderam totalmente os modelos durante o lançamento ou aterrissagem. Segundo ele, o foguete de uma equipe da Índia explodiu durante o lançamento. A competição convida equipes de outros países para participarem do evento.

No momento, a equipe está se preparando para a Spaceport America Cup 2023, competição anual na qual equipes de estudantes de todo o mundo lançam foguetes sólidos, líquidos e híbridos que devem atingir altitudes de 3 km e 9,1 km. Dessa vez, os estudantes trabalham em um projeto mais audacioso: o desenvolvimento de um foguete de modelo Boscov, projetado para alcançar 3 km de altitude.

*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende

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