Sexualidade feminina

Aluna da UnB promove campanha de conscientização sobre vaginismo

Estudante de comunicação criou perfil no Instagram disponibilizando a cartilha. Em um futuro próximo, Paula Ribeiro pretende desenvolver uma plataforma

Eu Estudante
postado em 28/09/2022 15:30
 (crédito: Paula Ribeiro )
(crédito: Paula Ribeiro )

Graduada em direito e estudante de comunicação na Universidade de Brasília (UnB), Paula Ribeiro, 25 anos, desenvolveu trabalho acadêmico que aborda a saúde sexual feminina. O trabalho final da disciplina Criação em Comunicação e Publicidade, da Faculdade de Comunicação (FAC), denominado SOS Vaginismo, se traduziu em uma campanha que se compromete em debater o vaginismo. A estudante criou o perfil @sosvaginismo, no Instagram, disponibilizando a cartilha. Em um futuro próximo, a estudante pretende desenvolver uma plataforma que una paciente a profissionais de saúde habilitados para lidar com a questão.

O trabalho tinha como proposta inicial estimular a criatividade dos estudantes e fazer com que eles apresentassem um projeto que unisse a vontade de criar ao conhecimento. Preocupada com a saúde sexual feminina, Paula Ribeiro viu nessa avaliação semestral a oportunidade para discutir uma temática que chamasse de atenção da sociedade para o problema.

O vaginismo é um transtorno sexual doloroso que atinge cerca de 7% das mulheres no mundo. Esse número pode ser ainda maior devido as subnotifições e subdiagnósticos.

Criadora do projeto SOS Vaginismo
Criadora do projeto SOS Vaginismo (foto: Paula Ribeiro )

Segundo Paula Ribeiro, no início do desenvolvimento da campanha houve uma apreensão de sua parte ao tratar o tema, sobretudo por envolver um assunto difícil de ser discutido e que geralmente é considerado "pejorativo" quando levado a debates. Mesmo com esse empecilho referente à construção social, a estudante encontrou incentivo nas instruções da professora Abra Afra.

A estudante constatou, ainda, que durante a realização do trabalho teve muita dificuldade em acessar pesquisas científicas voltadas a esse tipo de transtorno sexual feminino. “Achei apenas quatro matérias sobre vaginismo. Elas estavam presentes somente na biblioteca virtual do Ministério da Saúde”, lembra.

De um trabalho acadêmico a intervenção social, a estudante planeja conscientizar os estudantes da universidade. “Quero imprimir folhetos e, com a autorização da prefeitura do câmpus, espalhar pelos corredores da universidade para que todos possam ter acesso e entender a real importância da democratização do assunto”, afirma.

De acordo com a cartilha elaborada por Paula Ribeiro, as principais causas do vaginismo são ansiedade, abuso sexual, fraqueza da musculatura pélvica, medo excessivo de engravidar, além de traumas diversos.

O diagnóstico do vaginismo deve ser realizado, principalmente, por ginecologistas, por intermédio de uma consulta rotineira e também por fisioterapeutas pélvicas, que realizam o tratamento em sessões adequadas.

Segundo especialistas, a presença do transtorno sexual ocorre quando há dificuldade marcante no ato da penetração vaginal, dor intensa durante a relação sexual vaginal ou suas tentativas, medo ou ansiedade intensa de dor vulvovaginal ou pélvica antes ou durante a penetração e contrações (espasmos) dos músculos do assoalho pélvico durante tentativas de penetração.


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