CRISE NAS UNIVERSIDADES

Empresas terceirizadas da UnB seguirão funcionando apesar dos cortes

Mesmo com os cortes orçamentários na verba da Universidade, empresas que não receberem devem prestar serviço por até 90 dias

Diogo Albuquerque*
postado em 08/12/2022 14:43
 (crédito: Diogo Albuquerque)
(crédito: Diogo Albuquerque)

Em reunião com o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE-UnB), a reitoria da instituição de ensino afirmou que serviços como limpeza, segurança e alimentação no Restaurante Universitária estarão garantidos para o mês de dezembro. De acordo com termo previsto no contrato, as empresas terceirizadas são obrigadas a prestarem serviços por até 90 dias, mesmo em caso de inadimplência do contratante.

Com isso, apesar dos cortes orçamentários promovidos pelo governo Jair Bolsonaro (PL), as empresas prestadoras de serviço devem arcar com o salário dos funcionários terceirizados. Dessa forma, o Restaurante Universitário não interromperá o fornecimento pelos próximos três meses, assim como as empresas de limpeza e segurança. As bolsas de assistência estudantil, no entanto, seguem sem previsão de pagamento.

No início da semana, a reitora da UnB, Márcia Abrahão, confirmou em suas redes sociais a situação dramática da universidade, que está, agora, com saldo negativo. Na reunião com os movimentos estudantis realizada nesta quarta-feira (7), a reitoria disse que as aulas não serão suspensas e que está empenhada e em comunicação com o Ministério da Educação para reverter o corte.

Para Monna Rodrigues, coordenadora-geral do DCE da UnB, é inaceitável que as aulas continuem, uma vez que os estudantes mais carentes não conseguem participar das aulas sem o recebimento dos auxílios. A coordenadora afirmou que o diretório seguirá mobilizando os estudantes a participarem de manifestações e que o protesto desta quinta-feira (8), que ocorrerá em frente ao MEC às 16h, é importante para que os estudantes externem essa insatisfação.

“O debate gira em torno do que acontecerá com os terceirizados, porque, sem o pagamento às empresas, a gente perde o controle do que poderia acontecer com os funcionários. Se haverá uma demissão ou corte salarial. Essa é a preocupação. Então, a situação dos terceirizados está indefinida”, ressaltou André Doz, representante discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

Além de Brasília, estudantes das universidades federais de outros estados, como Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais, também promovem, nesta quinta, manifestações contra os cortes orçamentários.

*Estagiário sob a supervisão de Jáder Rezende

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