Manutenção

Estudantes da UnB se queixam de falta de água durante três dias

Problemas estruturais como paredes mofadas e queda recorrente de energia elétrica também figuram entre as queixas dos alunos residentes

Nathalia Sarmento*
postado em 19/12/2022 20:02
Vista de prédio da Universidade de Brasília que abriga habitações de estudantes  -  (crédito: Gustavo Moreno/CB/D.A Press)
Vista de prédio da Universidade de Brasília que abriga habitações de estudantes - (crédito: Gustavo Moreno/CB/D.A Press)

Estudantes residentes no bloco B da Casa do Estudante Universitário (CEU), programa de moradia estudantil destinado a alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica da Universidade de Brasília (UnB), ficaram três dias sem água, desde a última sexta-feira (16). Segundo a diretora da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), em algumas localidades institucionais a água voltou aos poucos. O motivo da falta de água, no entanto, ainda não havia sido esclarecido até a publicação desta matéria.

De acordo com um dos moradores da residência que preferiu não se identificar, a falta de manutenção estrutural das edificações assustam os estudantes que migram de outros estados para ingressar na UnB. Esta estudante, que ingressou na instituição no primeiro semestre de 2022, ressalta que já se tornou recorrente a interrupção no fornecimento de de água e também de energia elétrica. “Chegamos a ficar cinco dias sem água. Muitas vezes temos que usar a casa de algum amigo para fazermos a higiene pessoal. Usamos, também com frequência, o Centro Olímpico da universidade ou, em situações mais caóticos, somos obrigados a faltar aulas”, disse.

Para os moradores da CEU, lidar com a precariedade na infraestrutura residencial da universidade é também um dos principais desafios enfrentados. Uma estudante de 21 anos do curso de relações internacionais que também pediu para não ser identificada, afirma que o mofo nas paredes de seu apartamento aumentam desde quando se mudou de Goiás para a residência, há seis meses.

Ela acredita que o bolor surgiu devido ao excesso de umidade no ambiente, resultando na deterioração do duto de ventilação de ar. Além disso, ainda segundo ela, a situação se agrava durante o período chuvoso. “Quando chove, cai água dentro do duto e gera uma goteira intermitente. É um pesadelo, pois acaba vazando água por dentro do tubo de ar, causando mofo na habitação”, afirma.

Segundo a chefe da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), Eloísa Barroso, a situação teve início na última quinta-feira (19), quando um cano estourou no Bloco B. Desde então, as equipes técnicas em hidráulica, terceirizadas pela UnB, estão em busca de solução necessária para erradicar problemas como a falta de água, tendo em vista que o cano já foi concertado e os problema ainda não foi solucionado.

Ela informou que nesta segunda-feira foi designado uma equipe técnica especializada para realizar uma inspeção elétrica e hidráulica em todas as estruturas da moradia. "É um local no qual muita gente reside, esporadicamente e pode ocorrer problemas de difícil resolução. De maneira alguma iremos desamparar os estudantes” assegura.

Paralelamente a averiguação das moradias, a diretora da DDS ressalta que foi entregue, também nesta segunda, a reforma de todo o mobiliário das unidades. Segundo ela, foram cedidos 92 fogões para a Casa dos Estudantes Universitários, um para cada apartamento. Eloísa Barroso observa que, em meio a todos os cortes orçamentários, a reitora Márcia Abrahão recorreu a emendas parlamentares com o intuito de fomentar o bem-estar dos estudantes. “Batalhamos por recursos. Diante de todos os cortes orçamentários que sofremos em nos últimos meses, gastamos R$ 113 mil em reformas e R$ 68 mil em mobiliários para esses estudantes”, conclui a diretora.

*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende

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