1º lugar no vestibular fez opção por ciência da computação

Pedro foi aprovada em primeiro lugar geral no câmpus Darcy Ribeiro - (crédito: Arquivo pessoal)

Em vez de medicina, o candidato mais bem avaliado no vestibular 2023 no câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), optou por seguir a chamada profissão do futuro. Aos 18 anos, o estudante Pedro Luis Pereira Braga de Souza, 18 anos, vai cursar ciência da computação. Mais velho entre quatro irmãos, o calouro sempre estudou em escolas particulares na Asa Norte, a última no Centro Educacional Sigma, com bolsa integral. Ele confessa que não esperava uma classificação tão cobiçada entre os candidatos. “Foi esquisita, muito surreal receber uma ligação do Cebraspe com essa notícia tão boa. Até estranhei”, conta.

Pedro Luis lembra que durante o isolamento imposto pela pandemia passava a maior parte do tempo estudando em seu quarto e, ano passado, decidiu encarar um cursinho on-line. Sobre o curso escolhido, acredita ser uma área que só tende a crescer no planeta. “Sempre me senti atraído pela tecnologia. É, com certeza, o futuro da humanidade”, disse. “Ainda é cedo para definir o que pretendo fazer nessa área. As opções são muitas, inúmeras, mas hoje a área de programação é a que mais me seduz”, disse.

Esbanjando orgulho pela conquista do filho prodígio, o servidor público João Aurélio de Souza, 52, atribui a classificação de Pedro Luis à mãe e aos avós e também ao esforço, dedicação e equilíbrio do mais novo universitário da família. “Nos encheu de orgulho e, certamente, vai se revelar um profissional exemplar, assim como servirá de exemplo para os irmãos, primos e amigos”, disse.

Sonho realizado

Aprovada em primeiro lugar em medicina e em segundo lugar do câmpus Darcy Ribeiro da UnB, Milena Neves Sampaio, 22, conta que desde criança sonha em seguir n área médica. A admiração profunda pela profissão, segundo ela, aflorou aos 5 anos, quando foi detectado um tumor externo em sua cabeça. Aos 7 anos, após 6 cirurgias delicadas, veio o diagnóstico de cura. “Foi um período bastante difícil para mim e minha família. Contudo, observando a calma e dedicação dos médicos que me atenderam, fiquei bastante inspirada em seguir na área”, disse, revelando que sua meta fazer especialização em neuropediatria.

“Pretendo ajudar crianças, principalmente as mais necessitadas. Para mim, medicina, antes de qualquer coisa, é um sacerdócio”, diz. Outro sonho acalentado por Milena é ingressar na organização não governamental Médicos sem Fronteiras, que oferece ajuda médica e humanitária a populações em situação de emergência, como conflitos armados, fome, exclusão social, epidemias e catástrofes.

Filha de advogado e designer de interiores, Milena sempre estudou em escola particular e fez cursinho on-line no último ano. Ela conta, ainda, que sua meta sempre foi ingressar em uma universidade pública e escolheu a UnB pela excelência oferecida em seus cursos. “Embora meus pais tenham condições financeira e possam bancar uma universidade particular, optei por ingressar na melhor e mais prestigiada universidade de Brasília”, afirma.

Pioneirismo

Primeira da família a ingressar em uma universidade, Tamara Gabriele Bernardes, 22, obteve a façanha de, estudando por conta própria, ser classificada em segundo lugar geral no câmpus de Ceilândia. Após dois anos tentando medicina, ela decidiu trocar de opção e escolheu farmácia, ficando em primeiro lugar entre os concorrentes. Filha de panificadores, é a mais nova entre dois irmãos. O mais velho, de 25 anos, segue ajudando no negócio da família.

“Foi uma grande festa aqui em casa. Todos estão em polvorosa. Estou radiante, não pensava que seria aprovada, muito menos conquistar a segunda colocação. Todo esforço valeu a pena”, disse. “Vou mergulhar de cabeça nessa experiência, ver se vou gostar, de fato, e para onde a vida vai me levar”, disse, confessando que pretende se aprofundar em pesquisas, atuar na Fiocruz e, quem sabe, ser uma cientista reconhecida mundialmente.