OBM

Primeiro colocado geral da OBM venceu a competição nove vezes

George Alencar participou da primeira olimpíada aos 15 anos e vê na matemática uma arte

Ester Cauany*
postado em 20/01/2023 14:52 / atualizado em 20/01/2023 15:18
George Lucas Diniz foi medalhista em todas as olimpíadas que participou. -  (crédito: Arquivo pessoal)
George Lucas Diniz foi medalhista em todas as olimpíadas que participou. - (crédito: Arquivo pessoal)

Representando a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), George Lucas Diniz Alencar, 24 anos, conquistou o primeiro lugar geral da categoria universitária da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). A cerimônia de entrega de premiação acontecerá no próximo dia 27, no Rio de Janeiro. O agora profissional de matemática, realizou a prova em 2022, durante seu último ano de graduação, competindo com cerca de 1.400 candidatos de todo o país.

A paixão pela matemática, segundo ele, nasceu na primeira nota alta e seu esforço resultou em uma bolsa para fazer graduação da PUC-Rio. George participou da primeira olimpíada aos 15 anos. “No ensino médio estudei muita teoria. Para olimpíadas é necessário entender ideias e formas de desvendar problemas matemáticos”, diz.

Segundo ele, para se preparar para a OBM foi preciso se aprofundar em repertórios e princípios da matemática. "Tinha o hábito visitar sites e fóruns de discussões de questões anteriores das competições do mundo todo", conta. George, participou da competição nove vezes e em todas elas foi medalhista.

Para o professor e matemático da PUC-Rio, Nicolau Saldanha, a disposição de espaços de discussão na internet é importante para a disseminação da matemática como forma de arte, facilitando a relação entre estudantes e a filosofia matemática.

George, agora formado e também professor de matemática para olimpíadas, não participará mais de competições e reafirma o compromisso que a educação tem como ferramenta de transformação. Ele aponta que muitas vezes o que falta no estudante para despertar maior interesse pela ciência é a falta de incentivo e de oportunidades.

“A experiência de dar aulas é muito bacana. Ensinar é bacana. Posso resolver problemas de uma forma, mas eles me ensinam que existem outras maneiras que também funcionam”, diz, observando, ainda, que a matemática do ensino regular é totalmente voltada para o vestibular e completamente diferente da matemática científica. “Quando você chega na prova percebe que são situações completamente diferentes”, avalia.

O professor Nicolau concorda: “Na escola os professores se voltam para a atenção dos alunos. Se preocupam com o quanto eles estão prestando atenção.”

Segundo Nicolau, professores e escolas devem fazer jus ao objetivo da OBM, que é mostrar a beleza da matemática para a sociedade. Pessoas que querem se arriscar nesse universo por meio de desafios, prossegue, devem olhar a matemática também como um esporte que exige disciplina e preparação.

*Estagiária sob a supervisão de Jáder Rezende


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