IFood, empresa de delivery alimentício no Brasil, entregou, quinta-feira (30/3), o Prêmio IFood 2022/2023 para os seis vencedores dos melhores trabalhos de pesquisa em plataformas digitais nas categorias de economia, direito e tecnologia. Impacto de plataformas digitais no Brasil e lei geral de proteção de dados foram temas centrais no debate entre banca acadêmica, gestores e estudantes premiados.
A programação, iniciada às 9h,e se estendeu até as 16h30, com um tour e apresentação da sede da empresa aos vencedores. Cada um dos três melhores colocados nas duas categorias recebeu um prêmio em dinheiro de R$ 5, R$ 3 e R$ 2 mil, respectivamente. Durante a cerimônia de premiação, os participantes também receberam um troféu levado diretamente pela robô do IFood, a Ada.
Conquista
A campeã em direito, Sofia Vergara, recém-formada na Universidade de Brasília (UnB), diz que a oportunidade é uma forma de "fechar com chave de ouro" sua caminhada na graduação. Em seu trabalho, Sofia Medeiros propôs uma análise sobre como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) lida com a proteção de dados das empresas entre si e como essa proteção, em excesso, pode ser prejudicial à livre concorrência.
"Para propor soluções para essa questão, estudei o que está sendo feito em um âmbito internacional, como fóruns de exposição de dados e analisei a proposta de 'remédios comportamentais' para frear a monopolização de informações por certas empresas", afirma Sofia.
Já Leonardo Ide, estudante do Insper e primeiro lugar em economia, se aprofundou nas pesquisas sobre o impacto da chegada do IFood no Brasil. Para isso, ele teve que fazer um estudo aprofundado nos quantitativos econômicos e sociais de diversas regiões do país após a chegada da plataforma. "Analisei diversos fatores como quantidade de estabelecimentos, funcionários, salário dos funcionários e outros", diz.
Idealização
Erica Oliveira, economista chefe do IFood e idealizadora do evento, diz que a ideia surgiu da intenção de aproximar as iniciativas da empresa com a acadêmia e fomentar pesquisas relacionadas à nova economia digital que surgiu. "A gente ficou muito feliz com a qualidade dos trabalhos recebidos, todos eles foram muito inovadores e se conectaram às necessidades da empresa", diz.
A respeito da escolha dos tópicos economia e direito, para a banca avaliadora, foi muito assertiva. "São duas áreas totalmente conectadas", afirmou Tatiana Ferraz, uma das avaliadoras dos trabalhos e professora da Faculdade Mackenzie, São Paulo. Nelson Mannrich, acadêmico de direito da USP afirmou: "O direito precisa dialogar com todas as áreas da ciência ".
Outra perspectiva do prêmio é o diálogo entre academia e mercado, que, segundo Olivia Pasqualeto, professora de direito na Fundação Getúlio Vargas (FGV), São Paulo, é benéfica para ambos os lados. "Com essa junção, a academia passa a olhar para problemas mais práticos, do dia a dia, e avançar de diversas formas e as empresas adquirem um olhar mais sensível para diversas questões", afirma.
Futuro
Para Rodrigo Moita, acadêmico da Universidade de São Paulo (USP), todos os trabalhos foram muito inovadores e o debate a respeito do tema ainda tem muito a crescer. "Plataformas até se estudava mas essas questões de aplicativos de delivery e direitos para entregadores é algo totalmente novo, uma área à se explorar" afirma. Para ele, a discussão proposta pelo Prêmio IFood, irá abrir espaço para a discussão e formará novos mestres.
Sofia e Leonardo, os dois primeiros colocados, afirmam ter vontade de continuar se aprofundando nas pesquisas iniciadas. Leonardo afirma não ter se aprofundado em todos os aspectos que queria durante a busca por dados do mercado de aplicativos delivery no Brasil. "Com dados do IFood, por exemplo, eu sinto que conseguiria levar minha pesquisa mais a diante, mas não sei se vou ter o tempo e espaço necessários" afirma.
Em relação ao futuro do Prêmio IFood Erica Oliveira afirma que haverão novas edições. "Esse prêmio foi desenhado pela área de economia e relações públicas do IFood, mas pretendemos estende-lo para outras áreas do conhecimento que também envolvam outros tipos de pesquisa", revela.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá