Eu, Estudante

FNESP

Fórum de educação em São Paulo discute modernização do ensino superior

Pesquisa apresentada durante o evento aponta que alunos de graduação desejam que cursos se integrem mais ao mercado de trabalho

A 25° edição do Fórum Nacional de Ensino Superior Particular (Fnesp) começou nesta quinta-feira (28/9). O tema deste ano é "Ressignificar é preciso, reconstruir é urgente: Um movimento 180º para resgatar o valor da educação". A temática tem como base uma pesquisa elaborada pelo Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, em parceria com a Workalove, plataforma integrada ao banco de dados de instituições de ensino.

Os dados contaram com a participação de 1.692 respondentes, sendo 1.306 de cursos presenciais, 265 EAD e 80 semipresencial. O estudo foi inspirado em um relatório publicado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT): Ideas for Designing An Affordable New Education Institution.

Segundo a pesquisa, a integração com o mercado de trabalho é fundamental para 97,1% dos estudantes, que desejam mais parcerias com empresas e um ensino alinhado às demandas das carreias. Além disso, microcertificações e currículos flexíveis foram apontados por 67,4% dos graduandos como um importante fator para avaliar as faculdades.

Sobre o que mais atrai os estudantes na hora de escolher uma instituição, o estudo mostrou variação de acordo com a modalidade de ensino: no EAD, a maioria (54%) busca as menores mensalidades, enquanto no ensino presencial (57,3%) outros aspectos como qualidade e experiência de aprendizado são priorizados.

O estudo ainda mostrou que o modelo ideal de instituição de ensino superior na visão dos estudantes é multifacetado, onde os professores desempenham tanto o papel de pesquisa quanto de docência. Apesar dos dados apontarem que a incorporação da tecnologia nos currículos é crucial para 89,1% dos estudantes, a pesquisadora da Universidade de Bolonha, Cristina Demaria, pontuou que o Brasil ainda se comporta como uma colônia tecnológica. Segundo ela, para superar o déficit, seria necessário muito investimento na área.

A CEO e fundadora da Workalove, Fernanda Verdolin, acredita que um currículo diferente pode impulsionar os estudantes. "O currículo do futuro foi criado pensando na jornada do estudante. Ele entra no ensino superior e não tem o que contar, porque ele não tem um passado profissional, ele quer construir uma trajetória. Então começamos a mapear o potencial dele, que são as competências comportamentais, a personalidade, os valores. Assim, criamos um currículo que não conta só um passado, mas conta todo o potencial de futuro dele”, explicou.

Um dos palestrantes internacionais do evento, Fernando Valenzuela Migoya, Presidente da Global Impact EdTech Alliance, considera que a educação é um jogo infinito. "Ser estudante é para vida toda. Bem vindos ao futuro, onde a inteligência artificial predomina. A velocidade e transformação das coisas, não dá para acreditar" disse. Valenzuela é a favor da inteligência artificial, desde que utilizada de forma cooperativa. "Vocês não têm que experimentar a inteligência artificial sozinha, mas sim ela misturada com as novas tecnologias", propôs.

*Estagiária sob supervisão de Priscila Crispi. Rafaela Techmeier viajou à convite do Semesp.