Vestibular

Artigo publicado no Correio é tema de redação no vestibular da UFRGS

A partir do texto do historiador Jaime Pinsky, publicado em junho de 2022 no Correio Braziliense, os candidatos tiveram que escrever sobre "Que História pode e deve ser ensinada?"

Correio Braziliense
postado em 26/11/2023 15:58 / atualizado em 26/11/2023 16:00
O vestibular da UFRGS recebeu inscrição de 22,1 mil pessoas, que disputam 4023 vagas em 97 opções de graduação -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
O vestibular da UFRGS recebeu inscrição de 22,1 mil pessoas, que disputam 4023 vagas em 97 opções de graduação - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
int(7)

Os candidatos que fizeram a prova do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no sábado (25/11), tiveram que escrever uma redação sobre o ensino de história. Os alunos tiveram como base o texto Deixem a história em paz, do historiador Jaime Pinsky, do Departamento de História da Unicamp, publicado no caderno de Opinião da edição de 5 de junho de 2022 do Correio Braziliense.

De acordo com a UFRGS, além do título, a redação dissertativa deveria ter entre 30 a 50 linhas. O texto deveria apresentar o ponto de vista do candidato em relação aos argumentos de Pinksky e ajudar a balizar o futuro do ensino de história nas salas de aula.

No texto, Jaime Pinsky fala sobre as diferenças no ensino de história. “História implica se apropriar do passado a partir do presente. Se um estudioso de qualquer época e de qualquer tema do passado decide pesquisar algum fato que tenha acontecido ele vai, obrigatoriamente, olhar esse passado a partir do seu presente. E seu presente, o ponto de vista a partir do qual ele se dá conta daquilo que aconteceu, será, hoje, diferente do ponto de vista de alguém que estudou esse passado há, por exemplo, um século”, diz trecho do texto.

De acordo com Pinksky , o historiador precisa ter sensibilidade e conhecimento empírico e teórico para pesquisar, entender e apresentar a questão. "História não tem partido, não é de esquerda, nem de direita. Quem trabalha com ela precisa utilizar todas as técnicas que aprendeu, na faculdade ou fora dela, para não confundir a atividade docente com um espaço de pregação política. Seu compromisso, como docente, é com o conhecimento histórico estabelecido a partir de pesquisas feitas por gente séria", explica o professor.

Para isso, Pinksky diz que é fundamental buscar obras de qualidade para ter bons pontos de partida para não transformar a sala de aula em um campo de batalha, ou palanque político. "Cabe aos dirigentes educacionais oferecer suporte aos seus docentes. Tenho visto um movimento inaceitável de pais de alunos querendo interferir em programas de curso, em abordagens de temas sensíveis, chegando até a instrumentalizar seus filhos para questionarem de modo grosseiro os professores quando estes não apresentam abordagem histórica que os interessa”, explica.

O vestibular da UFRGS recebeu inscrição de 22,1 mil pessoas, que disputam 4023 vagas em 97 opções de graduação. A lista com os aprovados está prevista para ser divulgada às 17h do dia 11 de dezembro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação